Moradores do bairro Pontal Norte bloqueiam provisoriamente a BR-050

Às 14 horas desta terça-feira, 10/6, os moradores do bairro Pontal Norte interditaram a BR-050 em ato de protesto por melhores condições de acesso ao setor, e contra algumas imposições do poder público municipal que, como apontaram, só ajudou trazer ainda mais complicação a difícil situação. De acordo com os manifestantes várias mortes foram registradas perto do único trevo do bairro com a rodovia, e em vários outros pontos.

O presidente da Associação dos Moradores do Pontal Norte, Flávio Jorge, liderou o movimento e com um microfone deu voz à população que reivindicou questões ligadas a mobilidade urbana e acessibilidade. “O que não se vê por aqui. Foi feito um mapeamento aéreo pela concessionária (MGO Rodovias) que agora administra a rodovia e constataram que o fluxo de caminhões aqui é dramático, eles sabem disso e mesmo assim não ouviram os empresários e moradores para agirem dentro do que queremos.  Uma audiência pública deveria ter sido realizada com a participação de todos para resolver essa questão”. Ele acrescentou também ser quase impossível que cadeirantes, crianças, idosos ou gestantes, por exemplo, possam atravessar a rodovia com o mínimo de tranquilidade.

Com faixas, cartazes e aos gritos os manifestantes cuidaram para que o ato não se transformasse em baderna, e dirigiram seus descontentamentos aos políticos locais, especialmente ao prefeito Jardel Sebba (PSDB) e aos administradores da BR. Eles pediram a construção de passarelas suspensas ou terrestres, viadutos e outras alternativas eficientes.

Dos 17 vereadores municipais apenas três acompanharam os populares. O presidente da Câmara dos Vereadores, Deusmar Barbosa (PMDB), contou que gostaria de ver concluído o que muitos governos têm prometido até agora, entre elas a duplicação da rodovia. “Fechar os acessos com cerca de arame farpado e impedir com a instalação de guard rail o fluxo de caminhões às empresas próximas a via é um absurdo. Eles têm que repensar isso e esquecer um pouco o dinheiro, os deputados federais que aqui só buscam nosso voto tem que agir diante disso. O que esse pessoal precisar a Câmara está à disposição”. Compartilharam do mesmo sentimento os vereadores Gilmar Antônio e Jurandir Antônio, ambos do PMDB.

Cerca de 50 pessoas fizeram parte do movimento, inclusive Marcelo Junqueira que é empresário e atua no bairro. “Acho que a obra que dizem que vão fazer aqui vai ser demorada. Então, nós que somos desse setor preferimos tudo aqui aberto, sem as cercas e essa proteção que impede a passagem dos pedestres e atrapalha o comércio local porque os caminhões não tem como chegar”. O comerciante disse ainda que todas as alternativas para limitar ou cessar o fluxo de pesados no perímetro em questão não é o eficiente.

A dona de casa Ana Maria, 51 anos, disse residir no Pontal Norte a cinco anos e garantiu que as contenções para impedir a passagem de veículos atrapalharam ainda mais a vida de quem precisa se deslocar sentido Centro, ou fazer caminho inverso. “Isso aqui está interditado e meu marido que precisa passar aqui todos os dias sente esse problema. Eu não acho fácil atravessar a BR e o máximo de cuidado ainda é pouco”, desabafou.

Mesmo se sentindo desconfortável com a interdição o caminhoneiro Carlos Alberto considerou justa a ação dos moradores, e disse que não acreditar que essa iniciativa trará imediato resultado. Ele lamentou também a mínima participação dos políticos locais e contou que para o bem de todos, “era melhor deixar tudo do jeito que estava. Como está não resolveram nada, só piorou”, sugeriu.

As Polícias Militar e Rodoviária Federal garantiram a segurança dos participantes e o direito de manifestação, além de terem facilitado o bloqueio da via por algumas horas.

Por: Gustavo Vieira