Fala do governador contrasta com promessas de que queda nos preços com a privatização. Sindicato acusa manipulação da opinião pública com falso argumento
Publicado pelo Portal Vermelho
O projeto que permite que o controle acionário da Sabesp passe para a iniciativa privada foi aprovado na última quarta-feira (6), com cenas de violência policial na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) contra os opositores ao projeto. Na sexta-feira (8), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sancionou a lei e na última segunda-feira (11) admitiu que a tarifa de água com a companhia privatizada deve subir.
Esta é a cronologia do malfeito contra o povo paulista encabeçado pelo governador e respaldado por 62 deputados estaduais.
A fala de Tarcísio, em evento da XP Investimentos, coloca em xeque um dos argumentos utilizados por ele e pelos defensores da privatização de que as tarifas iriam diminuir.
Leia também: Venda da Sabesp é aprovada em meio à violência policial
No entanto, antes mesmo da Sabesp começar a ser desestatizada, de fato, o governador já prepara o terreno para as críticas que virão com o aumento da tarifa – situação alertada pelos opositores do projeto durante toda a tramitação.
Literalmente o governador disse, em trecho captado pela F.de São Paulo: “A tarifa vai subir, mas a privatização garante que ela vai subir num valor menor”.
Com essa recente e contraditória fala, não há relativizações que possam ser feitas por parte do Executivo paulista que não indiquem que a proposta foi realizada já sabendo que a tarifa tende a aumentar depois da venda.
Leia também: Engenheiro alerta para “risco máximo e vantagem zero” da venda da Sabesp
A contradição – no que Tarcísio disse com o que era falado antes – fica ainda mais exposta pela nota do governo que exalta a redução tarifária com a venda.
A Carta Capital destacou esta observação em seu site. Trechos do release do governo, que pode ser lido aqui, falam em redução, veja um deles a seguir:
A nova lei estadual autoriza a desestatização da companhia por meio de oferta pública de ações, focada no compromisso com a universalização do saneamento básico até 2029, abrangendo áreas rurais e comunidades carentes, e redução da conta d’água. Também possui diretrizes de qualidade, gestão sustentável dos recursos hídricos e redução da tarifa. Para tanto, a nova lei autoriza a criação do Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento no Estado de São Paulo.
Sintaema
A direção do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), ressalta a hipocrisia do discurso pela venda e a consequente admissão de que a conta de água pode subir.
“São inúmeros os discursos e nas páginas oficiais do estado que garantiam a redução da tarifa. O que Tarcísio fez foi manipular a opinião pública com um falso argumento. O próprio estudo do IFC admitia que a privatização não iria baixar a tarifa de água”, traz a nota do Sindicato.
Além disso, a direção do Sintaema reafirma que “para aplicar esse golpe na população”, o governo escondeu que a Sabesp tem as tarifas mais baixas do país: “O valor pago na tarifa social é de R$ 22,38. No caso da tarifa vulnerável, as famílias pagam R$ 17,06 na conta d,água”, dizem ao indicarem que nas cidades em que os serviços são privatizados as tarifas chegam a ser 100% mais caras se comparadas com São Paulo.
STF condena mais 14 réus pelos atos antidemocráticos que recusaram acordo com o Ministério Público…
Nota: Bolsonaro deve explicações ao Brasil, além de pagar pelos seus crimes Punição para todos…
20 de novembro: Um chamado à luta por espaços de poder e representatividade É essencial…
Boletins de crimes raciais crescem 968,5% em SP, aponta relatório Ouvidoria das Polícias estadual…
Plano para assassinar Lula foi discutido na casa de Braga Netto, diz Cid PF…
Mercado de trabalho, a evidente discriminação e desigualdade racial É preciso desenvolvimento com valorização…