Projeto prevê divulgação periódica de relatórios sobre o acesso dos cotistas às universidades e segue agora para sanção presidencial
Publicado pelo Portal Vermelho
O Senado aprovou nesta terça-feira (24) o projeto que amplia o sistema de cotas no ensino federal e prorroga a política até 2033. O texto segue para a Presidência da República para análise de sanção.
A Lei de Cotas, de 2012, previa a revisão do sistema em 2022, uma década após a sanção, mas a política só foi aprovada pela Câmara dos Deputados em agosto deste ano. A lei de cotas tornou obrigatório reservar parte das vagas em universidades e faculdades públicas para a população preta, parda, indígena e com deficiência.
Entre as mudanças aprovadas pelo Congresso está a inclusão expressa de quilombolas entre os beneficiados na reserva de vagas em instituições federais de educação superior e de ensino técnico de nível médio.
O PL 5.384/2020 aprovado pelos senadores também prevê que os candidatos cotistas passarão a concorrer também nas vagas gerais, e apenas se não conseguirem nota para ingresso concorrerão às vagas reservadas.
O projeto, da deputada Maria do Rosário (PT-RS), foi relatado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que manteve o texto aprovado na Câmara e rejeitou oito emendas apresentadas em Plenário à proposição.
Qualquer alteração faria com que a proposta retornasse à Câmara, e a nova política de cotas não poderia ser aplicada pelo Ministério da Educação a partir de 1º de janeiro de 2024, explicou o relator.
O texto foi aprovado de forma simbólica, sem a contagem de votos. Os senadores Cleitinho (Republicanos-MG), Eduardo Girão (Novo-CE), Marcos Rogério (PL-RO), Magno Malta (PL-ES) e Rogério Marinho (PL-RN) fizeram questão de registrar, no entanto, que eram contra o projeto.
“Eu pergunto aqui: tem branco pobre em Minas Gerais? Tem branco pobre no Amazonas?”, questionou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao contestar a medida.
Após a decisão do Congresso, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, comemorou a decisão em suas redes sociais. “Que vitória a aprovação do aprimoramento da Lei de Cotas no Senado. Trabalhamos incansavelmente para defender essa política, que é a maior ação de reparação do nosso país. As cotas abrem portas e vão seguir abrindo!”
A União Nacional dos Estudantes (UNE) comemorou a aprovação do texto pelo Congresso. “As cotas são só o começo, o berço de uma nova realidade. Reparação histórica de uma história que vem e vai longe, pra curar um país da escravidão, da opressão e da maldade”, publicou a entidade.
Outro movimento estudantil, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) também festejou aprovação dos parlamentares. “As cotas são o primeiro passo, o alicerce de uma nova realidade. Uma reparação histórica para uma nação que enfrentou séculos de escravidão, opressão e injustiça”, disse em nota.
O que muda
11 anos da Lei de Cotas
A Lei Federal 12.7111, conhecida como Lei de Cotas, foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em 2012. Ao completar onze anos em agosto, a importância da Lei tem sido reforçada por índices e dados que confirmam a democratização do acesso ao ensino através da política.
De acordo com o Consórcio de Acompanhamento das Ações Afirmativas (CAA), pretos, pardos e indígenas eram 31% do ensino superior público em 2001. Hoje são 52%, ou seja, representam a maioria dos alunos. Já a fatia dos mais pobres (classes C, D e E) pulou de 19% para 52% no mesmo período.
Outra pesquisa, essa da Unesp, indicou que o desempenho de cotistas é igual ao dos demais alunos da instituição. O estudo, que analisou dados sobre entre 2014 e 2017, concluiu que não houve diferenças relevantes entre o desempenho acadêmico ou de frequência entre alunos cotistas e não cotistas.
O estudo desmonta um dos argumentos falaciosos utilizado pelos detratores da política de cotas, que alegam que a presença de alunos com uma suposta menor qualificação rebaixa o nível dos cursos do país.
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