Em petição protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Partido dos Trabalhadores solicitou que mensagens com fake news e de teor golpista compartilhadas entre Jair Bolsonaro e o empresário Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, sejam incluídas em uma ação que tramita na Corte contra o ex-presidente. As informações são de O Globo.
Trata-se de mais uma ação na qual Bolsonaro é suspeito de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, crime que já o tornou inelegível por oito anos. As mensagens, por sua vez, foram identificadas pela Polícia Federal e vieram recentemente a público. São repletas de ataques ao Judiciário e de mentiras sobre as urnas eletrônicas e a Covid-19.
Segundo o portal G1, após encaminhar uma das mensagens, com ataques a integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e fake news sobre urnas, Bolsonaro acrescentou o comando: “Repasse ao máximo”.
Já o UOL, que teve acesso ao relatório completo da PF sobre o caso, informou que, em outro texto, Bolsonaro citava “sangue” e “guerra civil” caso ele fosse derrotado nas eleições do ano passado.
Ao todo, foram 18 mensagens desse tipo trocadas entre o ex-presidente e o empresário no ano passado. Por conta delas, Bolsonaro deverá mais uma vez depor à Polícia Federal. A oitava está marcada para o dia 31 de agosto.
Ao pedir que essas mensagens passem a fazer parte da ação no TSE, o PT argumentou que Bolsonaro “atuava diretamente no compartilhamento de mensagem que maldizia a atuação desta Corte Eleitoral, sobretudo do trabalho realizado pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal que a compõe, reforçando a ideia do voto impresso e que as empresas de pesquisas estariam em conluio com as Cortes Superiores para inflar os números do candidato adversário”.
Depoimento do hacker
Outro pedido do PT é que também seja incluído na ação o depoimento que o hacker Walter Delgatti deu à CPMI do Golpe na semana passada. Na ocasião, Delgatti contou que Bolsonaro e a deputada federal Carla Zambelli pediram para que ele participasse de uma série de crimes que visavam prejudicar o processo eleitoral de 2022.
Segundo o PT, o depoimento do hacker deixa claro “o estratagema de Bolsonaro para pôr em descrédito a legitimidade das Eleições de 2022”.
“Os fatos novos trazidos nessa oportunidade robustecem os fundamentos da presente ação, e consolidam os deliberados e multifacetados ataques de Jair Messias Bolsonaro (e demais investigados) contra o sistema eleitoral e a credibilidade da Justiça Eleitoral”, afirma ainda a petição.
Da Redação