MP questiona uso de dinheiro público em festa
O Ministério Público de Goiás (MPGO) teve pedido de liminar (tutela de urgência) deferido pela Justiça para suspender a realização da Festa Agropecuária de Mundo Novo com utilização de recursos públicos, sob pena de multa de R$ 100 mil, em caso de descumprimento.
De acordo com o relatado pelo promotor de Justiça Pedro Furtado Schmitt Corrêa na ação civil pública movida contra o município, é estimado em cerca de R$ 1 milhão o gasto com o evento, previsto para ocorrer entre 8 e 11 de junho.
Ele esclarece que são de conhecimento público as dificuldades financeiras que o município enfrenta atualmente.
A partir de requisição do MP sobre diversos aspectos da gestão financeira de Mundo Novo, a própria administração municipal reconheceu os seguintes fatos:
• queda drástica de arrecadação após a mudança da gestão no governo federal, fato que quase comprometeu o pagamento da folha salarial dos servidores;
• atraso nos compromissos perante fornecedores e prestadores de serviços para quitação de folha salarial;
• débito junto à Equatorial Goiás de quase R$ 500 mil;
• pendências relativas a contribuições previdenciárias;
• existência de precatórios de mais de R$ 130 mil.
“Verifica-se que não há a menor possibilidade na realização de evento festivo com recursos públicos”, avalia o promotor de Justiça. No entanto, foi confirmado pelo município o planejamento da festa, inclusive com contratos já celebrados com três artistas, no valor de R$ 310 mil, e contrato de estrutura estimado em R$ 700 mil, o que motivou a propositura da ação e o pedido de tutela provisória de urgência cautelar (liminar).
Ao final do processo, o promotor requisita que seja julgado procedente o pedido para determinar, em caráter definitivo, que o município de Mundo Novo não realize a festa da pecuária, enquanto não estiver inteiramente quite com suas obrigações financeiras, bem como não realize qualquer gasto público com o evento.
Foi pedida ainda a nulidade dos contratos já assinados, com artistas por violarem flagrantemente princípios constitucionais.
(Texto: Cristiani Honório/Assessoria de Comunicação Social do MPGO)
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