Encontro internacional estava marcado para os dias 13 e 14 de maio, em Portugal
Publicado pelo Portal Vermelho
Acabaram os planos da extrema-direita de realizar um encontro internacional com a presença de líderes como os ex-presidentes Jair Bolsonaro (Brasil) e Donald Trump (EUA). Nesta quinta-feira (4), o partido ultraconservador português Chega anunciou o adiamento por tempo indeterminado da Cimeira Mundial da Direita, marcada para os dias 13 e 14 de maio, no Centro de Congressos de Lisboa.
“Fruto de acontecimentos que todos acompanhamos e que todos puderam ver, sobretudo nos últimos dias, o Chega terá de suspender e reagendar para data posterior a Cimeira Mundial das Direitas que estava prevista”, disse, em vídeo gravado, o líder da legenda portuguesa, André Ventura. Segundo ele, nomes como Trump e Bolsonaro têm sido alvo de “perseguição” e “manobras”.
Com relação ao ex-presidente brasileiro, Ventura mentiu ao dizer que houve “apreensão e retenção do seu passaporte, impedindo-o de viajar a poucos dias da cimeira ocorrer”. O organizador do evento da extrema-direita ousou dizer ainda que a operação da Polícia Federal contra Bolsonaro foi um “ataque cirúrgico” para coincidir com a data da viagem – o que não faz sentido nenhum.
“Nossa indignação é grande”, encenou Ventura, denunciando um suposto “espírito de agressividade, de condicionamento e de ameaça que em certos países reina e que querem fazer contra a direita mundial”. O vídeo conclui com a promessa de remarcação do evento: “Talvez tenham conseguido para já obrigar-nos a suspender essa cimeira – mas vamos voltar a organizá-la com mais força e firmeza”.
Não existe “perseguição” nem “espírito de agressividade”, mas, sim, acerto de contas com a Justiça. Os líderes citados por Ventura são alvos de cercos judiciais não só fundamentados – mas potencialmente devastadores para suas respectivas carreiras políticas.
Trump está sob um julgamento civil em Nova York, nos Estados Unidos, porque é acusado pela escritora E. Jean Carroll, ex-colunista da revista Elle, de estupro e difamação. O crime ocorreu no camarim de uma loja de departamentos Bergdorf Goodman na década de 1990.
O magnata havia pedido ajuda a Carroll para comprar uma lingerie de presente. A história veio à tona em 2019, quando Trump cumpria seu terceiro ano à frente da Casa Branca. O julgamento começou há uma semana e, segundo sua defesa, Trump não irá depor pessoalmente, nem convocará testemunhas.
Bolsonaro, por sua vez, sofre com a Operação Venice, que incluiu a execução de um mandado de busca e apreensão em sua casa. Quando Bolsonaro ainda estava no Planalto, seus aliados fraudaram sua carteira de vacinação contra a Covid-19. Além do ex-presidente, houve inserção de dados falsos também nos certificados de sua filha de 12 anos e de assessores.
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