O líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), e Zeca Dirceu (PR) – que assume a liderança do partido em fevereiro – entraram com representação no Tribunal de Contas da União (TCU), na última terça-feira (24), contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro por uso indevido do dinheiro público em “motociatas” durante os quatro anos de mandato.
Segundo reportagem do Estadão, as motociatas foram financiadas com dinheiro público por meio do uso do cartão corporativo da Presidência da República. Estima-se que cada passeio de moto, de Bolsonaro e seus apoiadores, tenha custado cerca de R$ 100 mil aos cofres públicos. O jornal, em parceria com a Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas, consultou dois mil documentos classificados como reservados, anexados na prestação de contas do cartão corporativo.
Staff pago com dinheiro público
O passeio realizado em maio de 2021, no Rio de Janeiro, por exemplo, custou aos cofres públicos R$ 116 mil, contando com o suporte local de policiais militares, tropa de choque, socorristas e agentes do Exército. Em alguns deslocamentos, mais de 200 integrantes das Forças Armadas chegaram a ser empregados. Os nomes de cada um deles constam das prestações de contas, de acordo com o informado na notícia.
MATÉRIAS RELACIONADAS
Para os líderes, as denúncias revelam a má administração do dinheiro público com a única finalidade de enaltecer a figura do ex-presidente junto a seus apoiadores, sem qualquer vinculação a atos de interesse público ou a políticas públicas em benefício da população. “É irrefutável o desvio de finalidade no uso do cartão corporativo da Presidência da República nos eventos apelidados de “motociata”, devendo os responsáveis devolver os recursos ao erário, além de sofrer as consequências administrativas pertinentes”, afirmam os parlamentares.
Punição aos responsáveis
Os petistas pedem que o TCU adote medidas administrativas para apurar as denúncias contra Bolsonaro e puna os possíveis responsáveis em relação às irregularidades dos gastos perpetrados com os passeios de moto pelo País.