Categories: Sem categoria

Aumento extremo da desigualdade impõe reforma tributária para distribuir renda

Spread the love

Aumento extremo da desigualdade impõe reforma tributária para distribuir renda

“Para um Brasil mais justo é necessário fazer uma reforma tributária para que os mais ricos paguem mais impostos e os mais pobres paguem menos”, adverte o senador Humberto Costa (PT-PE)

Imagem: Site do PT

O estarrecedor relatório da desigualdade divulgado pela Oxfam Internacional converte em números o que está à vista de todos: a pobreza latente de pessoas em situação de rua contrastando com prédios suntuosos e carros de luxo. A boa notícia é que, agora, o Brasil tem governo. Mais que isso, um governo dedicado à redução desse abismo. E é deste governo que saem medidas concretas para fazer valer o mantra do presidente Lula desde a campanha eleitoral: é preciso colocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda.

Intitulado “A ‘Sobrevivência’ do mais rico – por que é preciso tributar os super-ricos agora para combater as desigualdades”, o documento aponta que o 1% mais rico do mundo (cerca de 900 mil pessoas) ficou com quase 2/3 de toda riqueza gerada desde 2020 — o equivalente a US$ 42 trilhões, 6 vezes mais do que os US$ 7 trilhões obtidos por 90% da população global (cerca de 7 bilhões de pessoas).

Ou seja, nos últimos 3 anos, enquanto cada super-rico abocanhou em média US$ 46,6 milhões, cada um dos 90% ficou com apenas US$ 1 mil, em média. “Pela primeira vez em 30 anos, a riqueza extrema e a pobreza extrema cresceram simultaneamente”, conclui o relatório.

O texto foi divulgado na segunda-feira (16) em Davos (Suíça), durante o Fórum Econômico Mundial, onde está o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Já na terça (17), ao participar da mesa “Brasil: Um Novo Roteiro”, ele deu a linha: o governo pretende aprovar no Congresso Nacional uma reforma tributária ainda em 2023. A ideia é fracionar em duas etapas — alterar o sistema de imposto sobre consumo no primeiro semestre e de imposto sobre renda no segundo semestre.

“A reforma tributária que nós queremos votar no primeiro semestre é no imposto sobre o consumo. Mas, no segundo semestre, queremos votar uma reforma tributária sobre a renda para desonerar as camadas mais pobres do imposto e para onerar quem não paga imposto. Vamos reequilibrar o sistema tributário brasileiro para melhorar a distribuição de renda no Brasil”, afirmou o ministro Fernando Haddad.

A correção da tabela do Imposto de Renda (IR) é um dos pontos centrais na agenda econômica do novo governo e foi promessa de campanha de Lula. A ideia é ampliar a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. Atualmente, o limite é de R$ 1.903,98. O valor não é atualizado desde 2015.

Haddad reverbera o que Lula vem dizendo há anos e que repetiu disse em entrevista à Globonews, nesta quarta. “Precisamos fazer uma reforma tributária verdade para que pessoas mais ricas, que vivem de dividendos, que ganham mais dinheiro, paguem mais Imposto de Renda, e para que pessoas que ganham menos, paguem menos. 60% das pessoas que pagam Imposto de Renda ganham até R$ 6 mil, e são consideradas ricas”, resumiu o presidente.

PT no Senado

Lula reafirmou a proposta pelo menos mais duas vezes nesta semana — na posse da primeira presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, e no encontro com centrais sindicais, no Palácio do Planalto. O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), registrou: “O presidente Lula recebeu na manhã desta quarta-feira (18) em Brasília representantes das centrais sindicais e falou sobre a reforma fiscal: ‘É preciso colocar o pobre no orçamento e o rico no IR’”, escreveu.

“Para um Brasil mais justo é necessário fazer uma reforma tributária para que os mais ricos paguem mais impostos e os mais pobres paguem menos”, ratificou o senador Humberto Costa (PT-PE).

O senador eleito Beto Faro (PT-PA) também reforçou o conceito. “Somos um governo que governa para o povo. Uma das principais propostas defendidas pelos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet [Planejamento] é a simplificação dos tributos sobre o consumo”, afirmou.

Também nesta semana, um grupo de quase 200 milionários e bilionários divulgou um documento inusitado em que pede para ser mais taxado pelos governos do mundo. O documento, nomeado “O Custo da Extrema Riqueza”, aproveitou o encontro de Davos para abordar a relação entre desigualdade de renda e a crise do regime democrático. O grupo, que se apresenta como “Patriotas Milionários”, é composto por super-ricos de 13 países, e não tem nenhum brasileiro.

Medidas sugeridas

O relatório da Oxfam, além de fazer o diagnóstico da desigualdade, lista as seguintes medidas aos governos para solucionar o problema:

* Extraordinariamente: criar taxas solidárias e únicas sobre riqueza e lucros extraordinários para acabar com a crise do excesso de lucros;

* Sobre a renda: aumentar os impostos sobre a renda de capital e trabalho do 1% mais rico do mundo, com taxas mais altas para super-ricos, e aumentar os impostos sobre ganhos de capital, que têm hoje as menores taxas.

* Sobre o patrimônio: taxar a riqueza do 1% mais rico em níveis altos o suficiente para reduzir significativamente o número e riqueza das pessoas ricas, a fim de financiar políticas públicas sociais. Isso inclui implementar taxas sobre heranças, propriedades e terras, bem como riqueza.

Segundo a organização, um imposto anual sobre a riqueza de até 5% sobre os super-ricos poderia arrecadar US$ 1,7 trilhão por ano, o suficiente para tirar 2 bilhões de pessoas da pobreza, financiar os apelos humanitários pelo mundo, entregar um plano de 10 anos para acabar com a fome no planeta, apoiar os países mais pobres que estão sendo devastados pelos impactos climáticos e, ainda, garantir saúde pública global e proteção social para todos que vivem em países com baixa e média rendas.

Do PT Senado, com Agência PT de Notícias e Oxfam Brasil

Blog do Mamede

Recent Posts

STF condena mais 14 réus pelos atos antidemocráticos que recusaram acordo com o Ministério Público

STF condena mais 14 réus pelos atos antidemocráticos que recusaram acordo com o Ministério Público…

22 horas ago

Bolsonaro deve explicações ao Brasil, além de pagar pelos seus crimes

Nota: Bolsonaro deve explicações ao Brasil, além de pagar pelos seus crimes Punição para todos…

23 horas ago

20 de novembro: Um chamado à luta por espaços de poder e representatividade

20 de novembro: Um chamado à luta por espaços de poder e representatividade É essencial…

23 horas ago

Boletins de crimes raciais crescem 968,5% em SP, aponta relatório

Boletins de crimes raciais crescem 968,5% em SP, aponta relatório   Ouvidoria das Polícias estadual…

23 horas ago

Plano para assassinar Lula foi discutido na casa de Braga Netto, diz Cid

Plano para assassinar Lula foi discutido na casa de Braga Netto, diz Cid   PF…

23 horas ago

Mercado de trabalho, a evidente discriminação e desigualdade racial

Mercado de trabalho, a evidente discriminação e desigualdade racial   É preciso desenvolvimento com valorização…

23 horas ago