Em defesa da democracia, contra o vandalismo, a violência e a destruição do patrimônio público, milhares de manifestantes foram às ruas em todo o país e no exterior nesta segunda-feira, 9. As manifestações respondem aos ataques antidemocráticos de bolsonaristas contra as sedes dos Três Poderes.
Extremistas depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, em Brasília, no último domingo (8).
Em São Paulo, com gritos “sem anistia e sem perdão, queremos Bolsonaro na prisão”, o povo pediu por justiça aos responsáveis por incentivar e patrocinar os ataques terroristas.
Torcidas organizadas dos principais times paulistas, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, também participaram do protesto convocado pelas organizações sindicais e populares que integram as Frentes Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo, o Fórum das Centrais Sindicais, a Coalizão Negra Por Direitos e a Convergência Negra, além de núcleos do Partido dos Trabalhadores (PT).
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Parlamentares como Eduardo Suplicy (PT), Guilherme Boulos (PSOL) e Carolina Iara (PSOL), além de ativistas de movimentos como MST, MTST, MNU e Unegro se alternaram em falas sobre a tentativa de golpe e reafirmando a legitimidade das urnas que elegeu Lula como presidente do Brasil.
Em Brasília, aproximadamente 500 pessoas participaram do ato e pediram pelo impeachment do governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha. O protesto aconteceu em frente ao Palácio do Buriti, na sede do Governo do DF.
Após os atos antidemocráticos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afastou Ibaneis do cargo por 90 dias.
Confira a galeria de fotos dos atos em Brasília:
Leo Oliveira
Em Santa Catarina, manifestantes se reuniram em cidades como Joinville, no Norte, e Chapecó, no Oeste. Em Florianópolis, na capital catarinense, o povo ocupou o centro da cidade.
No Rio Grande do Norte, cartazes com frases “Prisão para Bolsonaro e seus cúmplices” e “Abaixo o vandalismo fascista” e “Ditadura nunca mais” era carregados em forma de protesto. Alguns manifestantes também carregavam em mãos a Constituição Federal.
Em São Luís, os manifestantes carregaram cartazes com frases “Sem anistia, para golpista”, “Terroristas bolsonaristas na cadeia já” e “Evangélicos pela democracia”. A manifestação em São Luís contou com o apoio de centrais sindicais, movimentos sociais, partidos políticos, movimentos estudantis e sociedade civil.
No exterior, milhares de pessoas também protestaram em defesa da democracia no Brasil. Nesta terça-feira, 10, haverá ato às 17h30 no Canadá, em Montreal, no Consulado Geral do Brasil em Montreal. Em Portugal, a manifestação será nesta quarta-feira, 11, em Lisboa.
Petroleiros lançam manifesto
Durante os atos, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos lançaram um manifesto e também protestaram contra as ações golpistas e as tentativas de terrorismo nas refinarias e distribuidoras de combustíveis.
Leia, abaixo, a íntegra do manifesto dos petroleiros:
Defender a Petrobrás é defender o Brasil: esse é o nosso trabalho. Golpistas não passarão!
A defesa incondicional da democracia e da soberania nacional são princípios que marcam as lutas históricas das trabalhadoras e dos trabalhadores petroleiros. Estampamos com orgulho em nossos uniformes a bandeira do Brasil. Bandeira esta que foi sequestrada por golpistas, cujas ações fascistas levaram o país e a nossa empresa à beira da destruição.
Os atos terroristas de domingo, em Brasília, chocaram o povo brasileiro e o mundo, com ataques afrontosos aos três poderes da República. Cenas de destruição do patrimônio público desnudaram em praça pública o fascismo como método e ideologia dos golpistas.
Nós, petroleiros e petroleiras, estamos em alerta nos últimos dias contra as tentativas de ataques terroristas às unidades do Sistema Petrobrás. Os golpistas tentaram ocupar as refinarias para impedir o abastecimento de combustíveis e aumentar o caos no país. Mas fracassaram retumbantemente.
“Defender a Petrobrás é defender o Brasil” não é só um grito de luta das nossas manifestações contra as privatizações. É o lema da nossa categoria. O sentido do nosso trabalho.
Qualquer ameaça à Petrobrás é uma ameaça ao povo brasileiro e à soberania da nossa nação. Nossa história é atravessada por resistências diversas contra ataques à nossa empresa, desde a sua criação, há quase sete décadas. Golpista algum irá nos intimidar.
Por tudo isso, nós, petroleiras e petroleiros do Sistema Petrobrás, nos colocamos a postos, em defesa do patrimônio público e da continuidade do nosso trabalho para abastecer o povo brasileiro, como sempre fizemos.
Manifestamos repúdio a qualquer atitude antidemocrática que possa vir a ocorrer por parte de bolsonaristas que ainda ocupem cargos de confiança no Sistema Petrobrás. Reiteramos as cobranças da FUP de que seja acelerado o processo de transição de gestão para que o presidente indicado pelo governo federal possa assumir o quanto antes o seu cargo e iniciar o urgente trabalho de recuperação da estatal.
Defender a Petrobrás é defender o Brasil.
Juntos somos fortes.
Democracia sempre!
FUP – Federação Única dos Petroleiros e Petroleiras
Da Redação, com informações do G1 e da FUP