O presidente Lula se candidatou e ganhou a eleição para retirar o Brasil novamente do Mapa da Fome e erradicar a extrema pobreza. Mas, para isso, precisa elevar os gastos sociais, que irão permitir a retomada do crescimento econômico. O projeto está no DNA do Partido dos Trabalhadores e deve nortear as ações do governo em todas as áreas, defende a presidenta Nacional do PT e deputada federal pelo Paraná, Gleisi Hoffmann. Em entrevista ao jornal O Globo, Gleisi reafirmou que não há motivo para preocupações com a política fiscal. Basta lembrar que Lula garantiu um superávit primário em praticamente todos os anos de seus mandatos.
“O mercado financeiro conhece o Lula”, observou a petista. “Ele já governou o país. Ele sabe que o Lula vai cuidar do povo, mas não vai ser uma pessoa irresponsável. Agora, a responsabilidade social será maior”, avisou.
“Nós ganhamos uma eleição com uma proposta para o país, que prevê expansão de gastos em projetos sociais e também o desenvolvimento do país na geração de emprego e nos investimentos. Quem quer que esteja em qualquer ministério tem que ter essa diretriz”, alertou Gleisi.
Ela citou a PEC do Bolsa Família como um exemplo do comprometimento de Lula com a responsabilidade social, mas sem deixar de lado a preocupação com as finanças do país. “Veja a PEC da Transição. Se não quiséssemos fazer nenhum gasto, a gente cortava os benefícios. Fizemos uma opção de elevar gastos para segurar os benefícios, para segurar os projetos e programas porque sabemos que isso também vai influenciar na recuperação da economia, das finanças do governo”, argumentou Gleisi.
“Então, é uma questão de tempo. Quem pode esperar um pouquinho mais? A pessoa que está passando fome ou o mercado? Isso, a gente tem sempre que ter em mente: o mercado não morre de fome”, enfatizou.
Formação do governo
Gleisi também falou da importância do papel do PT na formação do governo e dos partidos que compõem a base aliada. “O PT é grande, é o partido do presidente da República. É o partido que dá a maior sustentação. Natural que ocupe seus espaços”, apontou.
“Nós temos uma coligação grande. Buscamos também contemplar uma governança no Congresso. E fazer composição de um ministério que tenha 14 partidos que estão na base, ter preocupação de também com recorte de gênero, raça e contemplar as regiões, não é uma uma questão simples”, disse, ao comentar a composição ministerial.
Ela rechaçou insinuações de que o governo estaria aceitando a prática de fisiologismo pela indicação de cargos por partidos. “Acho ruim essa leitura. O partido é que elabora um programa. É no partido que a gente constrói as candidaturas, é o partido que faz a disputa eleitoral. Por que seria fisiológico? Daqui a pouco nós estamos criminalizando até indicação política para ministério. Já chega o que fizeram nas estatais, onde há uma criminalização da política clara, do movimento sindical”, reagiu Gleisi.
Da Redação