Jornais destacaram a polarização política enfrentada por Lula, a retomada das relações internacionais e o decreto já assinado em defesa da Amazônia.
Publicado pelo Portal Vermelho
Jornais de todo o mundo deram destaque central à cerimônia de posse de Lula, neste domingo (1°). Principalmente os principais jornais americanos destacaram a ausência vexaminosa de Bolsonaro, sugerindo que ele teria fugido para a Flórida para não enfrentar as investigações que se acumulam contra seu governo. As comparações com o trauma nacional com o mergulho sombrio no controverso governo Donald Trump foram inevitáveis.
A capa do The New York Times chamou a atenção pela centralidade e ironia com Bolsonaro. O jornal lembra a enxurrada de investigações sobre os mal-feitos do ex-presidente e sugeriu que ele esteja usando os EUA para uma fuga.
O NYT também ressaltou o fato da cerimônia ter sido super-elaborada pelas festividades, shows, segurança, desfiles, participação popular e simbologias. A ênfase na retórica da retomada democrática, presente em toda a cerimônia, também está no centro do texto jornalístico, devido às ameaças bolsonaristas:
“Sob os ventos da redemocratização, dizíamos: ‘Ditadura nunca mais’”, disse Lula. “Hoje, após o terrível desafio que superamos, devemos dizer: ‘Democracia para sempre’.”
O jornal “The New York Times” destacou a posse de Lula em seu site.
O Post também deu destaque à “falta” de Bolsonaro: “O líder cessante mais uma vez pareceu seguir a cartilha de seu aliado próximo, Donald Trump, que também faltou à posse de seu sucessor, o presidente Biden, em 2020.”
A comparação contrasta com a descrição do simbolismo comovente da passagem da faixa por cidadãos brasileiros, possibilitada pela fuga pela porta dos fundos do ex-presidente. Depois das ameaças terroristas de manifestantes bolsonaristas, o jornal destacou a tranquilidade das festividades de domingo, graças à segurança reforçada. Também contou das festividades pró-Lula que se espalharam por toda a cidade e arredores, apesar do clima apreensivo dos dias anteriores.
O “The Washington Post” chamou atenção para ausência de Bolsonaro na cerimônia.
O principal jornal chinês foi formal ao anunciar em manchete: Lula toma posse enquanto presidente do Brasil e enfatiza unidade e reconstrução. Mas trouxe ampla cobertura fotográfica de seus próprios fotógrafos e um vídeo em destaque com repórter in locu no Palácio. Salientou que Lula se comprometeu em resolver as atuais crises e desafios enfrentados pelo Brasil e promoverá o retorno do Brasil ao ranking das principais economias do mundo.
O jornal estatal também destacou, naturalmente, que Lula promoverá a diplomacia multilateral, desenvolverá ativamente relações de cooperação com China, Estados Unidos, União Européia e outros parceiros internacionais e fortalecerá o papel de mecanismos multilaterais como o Mercado Comum do Sul e os países do BRICS, o bloco liderado pela China.
Trouxe ainda reportagem, nesta segunda, sobre assinatura de decreto ambiental para proteger a Amazônia e outros biomas, poucas horas depois da posse, numa sinalização direta para o resto do mundo.
O britânico “The Guardian” destacou a fala de Lula sobre recuperar o Brasil da “devastação” da era Bolsonaro. Cita as frases de Lula sobre o período de escuridão, incerteza e grande sofrimento e o apelo a que o país se una contra o ódio e as mentiras.
Ainda no início do texto, a reportagem citou os gritos dos manifestantes e contou relatos da multidão: “Sem anistia! Sem anistia!” a multidão gritou de Bolsonaro, que muitos querem levar à justiça por sabotar os esforços de contenção da Covid e a vacinação contra uma doença que ele chamou de “gripezinha”.
Mais uma vez, os britânicos comparam a situação do Brasil com os EUA de Donald Trump, ao dizer que o futuro não será de “torta de pêssego com creme”, assim como não tem sido nos EUA.
“Foi uma festa barulhenta, mas faltava uma.” Assim o principal jornal alemão começa seu relato da posse, explicando como o estardalhaço das cerimônias do domingo precisam contrastar com o fim patético do governo Bolsonaro. A bela cena da passagem da faixa é qualificada como este sinal mais afrontoso à recusa de Bolsonaro aceitar a derrota. “A mensagem é que o esquerdista Lula quer manter na mira pessoas comuns e membros de minorias, ao contrário de seu antecessor, cujo eleitorado é formado principalmente por brancos, religiosos e privilegiados.”
O jornal argentino “La Nación” transmitiu ao vivo os acontecimentos da cerimônia de posse de Lula e destacou o presidente argentino Alberto Fernández com Lula na capa, fazendo o L.
“A assunção de Lula da Silva: um terceiro mandato abre uma nova era no Brasil”, diz o título, ressaltando que Lula esteve cercado de líderes mundiais, durante o jantar. O principal jornal argentino relatou “minuto a minuto” tudo que acontecia no domingo ensolarado em Brasília.
O “La Repubblica”, da Itália, chamou atenção para o compromisso de Lula em proteger a Amazônia. “Nossa meta é atingir o desmatamento zero na Amazônia”
A “Al Jazira” destacou a divisão na política brasileira e o esquema de segurança para a cerimônia de posse. O jornal citou a retórica apaziguadora de Lula frente a um “país ferozmente polarizado”, ao mesmo tempo que “fez uma ameaça velada a Bolsonaro, que enfrenta riscos legais crescentes por sua retórica antidemocrática e sua forma de lidar com a pandemia de COVID-19, agora que não tem mais imunidade presidencial”.
Os catarianos também relembraram a trajetória improvável e épica de Lula da extrema pobreza ao governo mais celebrado desde a redemocratização, passando por uma prisão controversa.
“Não acho que Lula vai se beneficiar desse proverbial período de lua de mel que os novos presidentes desfrutam. Grande parte do país não o vê como um líder legítimo. Ele assumirá um governo sem dinheiro com muitos desafios pela frente”, citou o periódico a análise de Gustavo Ribeiro, fundador do The Brazilian Report.
O “Le Monde”, da França, também repercutiu a posse com o seguinte título: “Lula, fênix da política brasileira, é investido como presidente da reconciliação”, seguido de muitas fotos históricas do cerimonial. O jornal ainda diz que “nenhum incidente perturbou a prestação de juramento organizada na ausência de Jair Bolsonaro, durante um longo dia que misturava júbilo popular e declarações solenes em favor da paz nacional”.
Os destaques internacionais do jornal francês foram dominados pelo noticiário brasileiro (veja imagem mais abaixo).
O “El País” destacou o compromisso de Lula de acabar com a fome no Brasil. A manchete “A volta de Lula devolve o Brasil ao mundo” continua em destaque, ainda nesta segunda, acompanhada de um carrossel de quatro belas imagens da posse.
A manchete é exemplificada com a declaração de Lula de prometer estreitar relações com vizinhos, rompidas durante o governo Bolsonaro, e uma nova aproximação com Estados Unidos, União Europeia e China.
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