Um novo passo rumo à beatificação e canonização de Dom Helder Câmara foi dado nesta semana. Durante encerramento do 18º Congresso Eucarístico Nacional, ocorrido na terça-feira (15), na capital pernambucana, foi anunciado pelo arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, que os documentos enviados a Roma para justificar o título foram validados pelo Dicastério da Causa dos Santos.

Cerca de 20 mil pessoas participavam do evento e comemoraram o anúncio. Para Dom Fernando, trata-se de “uma grande alegria que encheu os corações e vamos rezar para que o quanto antes possamos ver este processo caminhar e termos no futuro a satisfação de ter Dom Hélder, este grande bispo da nossa Igreja, como um santo, alguém que mereceu o reconhecimento da Igreja pelas suas virtudes, pelos seus valores, sendo um modelo de vida para todos nós”.

De acordo com comunicado do Vaticano, “doravante, solicitaremos a nomeação de um Relator e iniciaremos a elaboração da Positio, que será, posteriormente, analisada pelas comissões de historiadores, teólogos, bispos e cardeais, a fim de que deem os seus pareceres. Com a aprovação destas comissões, o Papa poderá declará-lo venerável”.

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Por sua trajetória de lutas especialmente em defesa dos mais vulneráveis e contra o autoritarismo e o arbítrio, sobretudo durante a ditadura militar, Dom Helder Câmara é considerado o Patrono dos Direitos Humanos no Brasil e conquistou reconhecimento internacional pelo enfrentamento ao regime.

Nascido em Fortaleza (CE) em 7 de fevereiro de 1909, Dom Helder tornou-se padre em 1932 e recebeu sua ordenação episcopal em 1952. Foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e no ano do golpe militar, 1964, foi nomeado arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife. Dom Helder deixou o comando da Arquidiocese em 1975, aos 76 anos, mas seguiu atuando em Pernambuco até 1999, quando faleceu no dia 27 de agosto, aos 90 anos.

Dom Helder recebeu 32 títulos de doutor honoris causa em universidades brasileiras e estrangeiras, além de prêmios internacionais e é o brasileiro que mais vezes (quatro) foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz.

Em 2015, com a chancela do Vaticano, teve início o processo de beatificação do arcebispo emérito. A partir disso, foram recolhidas documentações e testemunhos.