Dos reajustes acompanhados pelo Dieese até 10 de agosto, somente 31,8% resultaram em ganhos acima da inflação de 12 meses medida pelo INPC. Em 20,8%, os trabalhadores conquistaram reajustes iguais ao índice calculado pelo IBGE.
Publicado pelo Portal Vermelho
Com a carestia do governo Bolsonaro, os salários não estão conseguindo acompanhar o ritmo dos preços. Dos reajustes acompanhados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) até 10 de agosto, somente 31,8% resultaram em ganhos acima da inflação de 12 meses medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em 20,8% os trabalhadores conquistaram reajustes iguais ao índice calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Contudo, em 47,3% dos casos, eles ficaram abaixo do INPC, tendo a variação real média dos reajustes salariais de julho (média simples das variações reais de cada reajuste na data-base) ficado negativa em -1,10%. Mesmo com a deflação de 0,6% verificada em julho, o reajuste necessário para “zerar” a inflação nas negociações com data-base em agosto (inflação dos 12 meses encerrados em julho) seria de 10,12%. Considerando apenas os reajustes com ganhos acima do INPC, a variação real em julho foi de 0,39%, muito aquém da alta de preços. Levando em conta só resultados abaixo desse índice, a variação real foi de -2,57%.
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Levando-se em conta todas as negociações que já ocorreram em 2022, 20,7% dos reajustes negociados ficaram acima da variação do INPC, 35,4% tiveram valores iguais a esse índice e 43,9% não repuseram nem a inflação. De acordo com a análise realizada pelo Dieese, a variação real média de todos os reajustes no ano é de -0,84%. Considerando apenas as negociações com aumento real (reajustes acima do INPC), a variação real média foi de 0,59%. Já analisando somente as negociações com reajustes abaixo da inflação, a variação real média foi de -2,19%.
No acumulado do ano, até julho, reajustes iguais ou acima do INPC foram mais frequentes no comércio (69,6%). Na indústria, setor que costuma apresentar os postos com melhores condições de trabalho, o percentual de resultados iguais e acima da inflação (65%) é um pouco inferior ao observado no comércio, mas é no setor industrial que se nota o maior percentual de reajustes com aumentos reais (26,9%). No setor de serviços, o último a iniciar uma retomada das atividades presenciais, mais da metade dos reajustes (52,6%) ficaram abaixo da inflação.
Pisos salariais
Com relação aos pisos salariais, no acumulado até julho, o valor médio de entrada (equivalente à soma dos valores de todos os pisos, dividida pelo número de pisos observados), em 2022, é de R$ 1.513,27; e o valor mediano (correspondente ao valor abaixo do qual está a metade dos pisos observados), de R$ 1.415,17. O maior valor médio pertence ao segmento de serviços (r$ 1.527,23); e o menor, ao setor rural (r$ 1.471,97). Em relação aos valores medianos, o maior é observado na indústria (R$ 1.455,34); e o menor, nos serviços (R$ 1.399,83).
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