A Academia Catalana de Letras reconhece que,
Na história da violência em Catalão, não existem episódios mais comentados do que os assassinatos de Albino Felipe Nascimento e de Antero da Costa Carvalho. Um se deu em consequência do outro no curto prazo de dois meses.
Antero, natural de Jataí, aqui chegou em 1932, acompanhando sua mulher que tinha família residente em Catalão.
Como prático de farmácia, rapidamente se integrou aos meios políticos e sociais, ganhando amizade e respeito dos moradores. Albino Felipe, por sua vez, era um fazendeiro rico, de família tradicional em Catalão, muito querido e conhecido em toda a região. Inclusive, tornara-se compadre e amigo de Antero, com quem mantinha estreita convivência na cidade e na fazenda Retiro.
Inesperadamente, na tarde de 26 de maio de 1936, Albino Felipe foi morto de tocaia, em um local perto da cidade, conhecido como “baixadinha da Pedra Preta”.
O fazendeiro tinha 78 anos de idade e retornava à sua fazenda na Babilônia, vindo de Catalão. O covarde assassinato, mesmo em um município marcado pela violência, ocasionou grande repercussão. A execução de um homem bom, trabalhador, sem quaisquer inimigos declarados, virou um enigma. Aberto o inquérito policial, vários depoimentos foram sendo colhidos, até que o jagunço Chico Prateado confessou a autoria do crime e acusou Antero de mandante. Ambos foram presos. Chico Prateado foi solto misteriosamente e Antero continuou até ser morto por uma turba de cavaleiros que invadiu a cadeia e o retirou em calvário, na noite de domingo, em 16 de agosto de 1936.
Duas versões foram alimentadas na época. Uma ligava diretamente Antero como mandante do crime contra o fazendeiro Albino e, outra o inocentava, colocando membros da família Sampaio como os verdadeiros mandantes. Inexplicavelmente os processos desapareceram dos cartórios de Catalão, restando somente o registro de alguns desencontrados depoimentos.