A Academia Catalana de Letras reconhece que,
Catalão enfrentou um ambiente econômico muito desfavorável a partir da década de 1940. O crescimento de Anápolis, Goiânia e Brasília deslocou os investimentos do sul para a zona central do Estado de Goiás. Até a década de 1930, antes da construção de Goiânia, Catalão era o centro econômico do Estado, principalmente no setor agroindustrial.
Valendo-se da iniciativa de imigrantes estrangeiros, de uma população operária e do escoamento da estrada de ferro, aqui prosperaram charqueadas, fábricas de açúcar, farinha, manteiga, macarrão, álcool combustível, bebidas, beneficiamento de grãos, couros etc. Porém, a partir da inauguração oficial de Goiânia, em 1942, o quadro econômico começou a se alterar em desfavor de Catalão. A ferrovia havia chegado a Anápolis, em 1935, transformando aquela cidade em importante entroncamento comercial. O eixo Goiânia-Anápolis começou a atrair investimentos formando um expressivo pólo econômico e centro consumidor. Catalão, na época, quase sem ligações rodoviárias com a área central do Estado, entrou em estagnação econômica.
Sentiu novamente o antigo isolamento a que como agravante, várias empresas de Catalão, além de alguns imigrantes empreendedores, se deslocaram, a partir da década de 1940, para Goiânia e Anápolis. Essas duas cidades formaram uma economia altamente complementar: Goiânia se tornou um centro varejista e Anápolis um pólo atacadista. Logo depois, com a construção de Brasília, Anápolis fortaleceu sua condição privilegiada de apêndice comercial e industrial da nova capital federal. Ainda, com a abertura da rodovia Belém-Brasília, Anápolis se consolidou como o maior núcleo atacadista do Brasil Central, posição antes ocupada por Uberlândia-MG. Como resultante, a economia de Goiás se deslocou do sul para a área central do Estado.
Assim, de 1940 a 1970, Catalão foi perdendo o seu antigo vigor econômico, tendo praticamente fechado o seu parque industrial no período. Para piorar a situação, na década de 1970 teve início a modernização da agricultura no sudoeste goiano, atraindo investimentos para aquela região.
Nessa época, também Uberlândia consolidou o seu processo industrial formando um novo atrativo econômico para o Triângulo Mineiro. A sorte econômica de Catalão foi o início do aproveitamento mineral no município. As extrações de ferro niobio e de fosfato ampliaram a renda municipal. No final da década de 1970, a cidade começou a se expandir e a economia local ganhou novo fôlego. Catalão, no final do século XX, já havia retomado parte de seu antigo vigor econômico. A fase de estagnação havia terminado.
Por: Luis Estevam