A Academia Catalana de Letras tem,
entre os seus membros, um dos maiores escritores brasileiros da atualidade. Muitos catalanos ainda não sabem disso. Mas, o acadêmico William Agel de Mello é tradutor, ensaísta, escritor poliglota e dicionarista. Tem 58 livros publicados em vários países, sendo também autor de 28 dicionários bilíngues.
Sua obra, no cômputo geral, constitui o maior conjunto lexicográfico do mundo, centrado numa língua neolatina, tanto que alcançou 6 (seis) recordes mundiais, com mais de 11.000 páginas escritas. Como diplomata, trabalhou em diversos países da Europa, América Latina, Ásia e África.
Durante certo tempo, no serviço diplomático, foi secretário e amigo de João Guimarães Rosa, a quem chamava de “mestre”. Foram mais de três anos de relacionamento, somente interrompidos pela morte do escritor. William Agel traduziu para o castelhano o romance “Grande Sertão: Veredas”, em Barcelona, travando estreita correspondência com Guimarães Rosa, hoje também publicada em livro: “Cartas a William Agel de Mello”.
A temática do sertão esteve presente na obra de ambos os escritores.Nos textos de William, a mitologia é p ponto central da literatura, revivida e recriada no sertão goiano. É o caso do romance “Epopeia do Sertão” , que se passa no ambiente de Catalão. Enquanto Guimarães Rosa criava palavras, o seu discípulo explora, ao máximo, o sentido verdadeiro da palavra.
William Agel de Mello nasceu em Catalão, em julho de 1937, filho de Sebastião Pinto de Mello e Alice Agel de Mello, ambos também catalanos. Fez seus primeiros estudos no Atheneu Dom Bosco em Goiania e no Liceu estadual. Depois foi para o Rio de Janeiro onde cursou Direito no Instituto Rio Branco. Logo após, conseguiu entrar para o Itamaraty onde fez brilhante carreira e se distinguiu pela inteligência e capacidade de trabalho.
Quem quiser conhecer mais de perto a sua extensa obra, ou entrar em contato com o catalano William Agel de Mello, procure a Academia Catalana de Letras.
(Luís Estevam)