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Ação do Ministério Público prende 11 e estoura esquema do desvio de verbas e salários na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal de Goiânia

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O Ministério Público de Goiás, com apoio da Polícia Militar, deflagrou ontem a Operação Poltergeist, que desmantelou um esquema de desvio de dinheiros e funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal de Goiânia. O alvo principal foi o gabinete do deputado estadual Daniel Messac (PSDB) e o principal preso é o diretor-geral da Assembleia Legislativa, Milton Rodrigues Campos.

De acordo com a liminar que determinou as prisões, conduções coercitivas e buscas e apreensões de documentos o objetivo da operação foi a “reunião de provas acerca de supostos crimes contra a administração pública, tendo como foco a contratação de ‘servidores fantasmas’ junto à Assembleia Legislativa”. As investigações iniciaram-se no início do ano passado e se desdobraram com quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, tudo com autorização judicial.

O desembargador João Waldeck Félix de Souza, que concedeu a liminar frisou em sua decisão que “no epicentro do esquema criminoso localiza-se o deputado estadual Daniel Messac de Morais”. Os promotores explicaram na representação e o julgador acatou o argumento de que o deputado provavelmente “comanda e possibilita as admissões de ‘servidores fantasmas’ com o óbvio objetivo de se beneficiar pessoalmente de parte de suas remunerações”.

Durante as investigações os promotores tiveram indicativos comprovados de que o deputado, junto com seu chefe de gabinete, Robson Feitosa Reis e outros dois envolvidos no esquema seriam os responsáveis pela operação do esquema de servidores fantasmas. Os outros dois são Adailton Ferreira Campos, “captador de pessoas que possuem o potencial perfil para atuarem como ‘servidores fantasmas” e seu irmão, Milton Rodrigues Campos, diretor-geral da Assembleia.

 

Câmara

 

No Legislativo goianiense havia uma célula do grupo em operação, mais precisamente no gabinete do vereador Divino Rodrigues dos Reis (Pros). As duas filhas do vereador, Greyce Kellu Filonones dos Reis e Cristielly Filonones possuem cargos lotados no gabinete do deputado Daniel Messac, de quem o pai é irmão de Igreja Evangélica. Libina Alves Machado, esposa do deputado tucano é servidora comissionada lotada no gabinete do vereador Divino.

Há uma servidora que, desde 2008, teve vários cargos comissionados, chamada Mércia Adriana Dias, trabalha em seu salão de beleza, denominado “Cenário da Beleza”, mas recebe também da Assembleia.

A quebra do sigilo bancário pelo Ministério Público poderá indicar circulação de dinheiro entre os envolvidos, como frisou o desembargador. O delator inicial do esquema, Natã Michael Pereira Cruvinel, contou quem era servidor fantasma e quem sacava dinheiro e como era feita a distribuição. O sobrinho dos irmãos Adailton e Milton Campos, chamado Bruno de Freitas Maciel, também exerceu cargos comissionados na Assembleia Legislativa e é citado como fantasma.

O cantor gospel Silas Ribeiro da Silva Rabelo exerceu cargos comissionados na Assembleia Legislativa, entre 2002 e 2013, e sacava integralmente seus salários quando recebia da Assembleia. O serviço de inteligência do MP descobriu também que ele ficava em sua residência nos horários em que deveria estar trabalhando.

Outra vertente das investigações é com respeito às verbas indenizatórias do gabinete do deputado Daniel Messac, em que Notas Fiscais frias teriam sido utilizadas para recebimento de mais de R$ 21 mil mensais. Uma que se destaca é a Ideauto Veículos que também prestava serviços para a Assembleia Legislativa após uma licitação colocada sob suspeição pelo MP.

 

O MP chegou a pedir a condução coercitiva da esposa do deputado Daniel Messac, Libina Alves Machado, que o desembargador negou. O magistrado negou também a prisão temporária do vereador Divino Rodrigues e de suas filhas Greyce Kelly e Cristielly, além de outras pessoas. O deputado Daniel Messac e o vereador Divino Rodrigues foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento na sede do Ministério Público.

 

Os presos são os seguintes:

 

Milton Rodrigues Campos

 

Adailton Ferreira Campos

 

Arthur Leonel Martins

 

Bianca dos Santos Carvalho dos Reis

 

Bruno de Freitas Maciel

 

Mércia Adriana Dias

 

Mirella Paula Dias

 

Myrcea America Dias

 

Régis Feitosa dos Reis

 

Rezende Rocha dos Reis

 

Robson Feitosa dos Reis

 

Silma Adriane Monteiro da Silva

 

Waldivino Rosário da Silva

 

Por: Diário da Manhã

Blog do Mamede

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