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A luta pela democracia é inseparável da luta por Lula Livre

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As forças progressistas brasileiras continuam desafiadas, hoje mais do que nunca, a encontrar justos termos de convergência e promover a unidade em torno de pontos comuns, condição indispensável para desencadear um amplo movimento político e social de oposição ao regime bolsonariano e à brutal ofensiva que este leva a efeito para destruir a democracia, os direitos do povo e a soberania nacional.

O vetor principal da ação conjunta das forças progressistas é a luta pela democracia, a resistência contra todas as manobras e golpes que restringem a liberdade política, atacam o Estado de direito, os valores e as conquistas da Constituição de 1988.

Porém, observa-se que em não poucos fóruns das forças progressistas e movimentos populares, aparece uma discussão ociosa, que inevitavelmente resulta em dissipação de energias, dispersão de forças e divisão. Os efeitos são e serão nocivos: a paralisia e o enfraquecimento da luta popular.

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Não há debate mais estéril do que pôr em questão se o brado por LULA LIVRE é uma bandeira prioritária ou não. Um fato fala mais que mil bate-bocas. A entrevista do Lula na sexta-feira cala a burrice ovante disfarçada de sabedoria tática e sagacidade. A luta central e prioritária pela democracia encontra naquela bandeira a síntese perfeita, a expressão cristalina e maior.

A luta pela democracia é inseparável da luta pela libertação de Lula. A privação da sua liberdade e o impedimento da sua candidatura foram as ações concertadas pelo conjunto das classes dominantes e os chefes dos principais poderes de fato – Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Forças Armadas – para soerguer o novo regime neoliberal e reacionário.

É uma evidência à toda prova que o encarceramento de Lula foi o meio pelo qual as forças reacionárias garantiram a continuidade do golpe e asseguraram a eleição de um presidente de extrema-direita.

E, a olhos vistos, é a continuidade dessa privação de liberdade do presidente, agravada com a ameaça de novas condenações arbitrárias, que é usada como trunfo dos neoliberais, conservadores, direitistas e fascistas para reduzir as possibilidades de mobilização popular contra seu regime de força.

As reações odiosas do presidente da República e do governador de São Paulo à entrevista de Lula e o covarde silêncio do maior meio de comunicação do país quanto à entrevista são eloquentes sinais disto.

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A continuidade da prisão de Lula é uma exigência não só do núcleo dirigente do Palácio do Planalto. Todas as facções que hoje se engalfinham pelo poder e são protagonistas das sucessivas crises políticas atuais e estarão ativas nas que estão por vir, rechaçam a libertação de Lula e impõem este limite aos setores das forças progressistas que, iludidos, delas se acercam.

Manter Lula confinado na masmorra de Curitiba tem sido funcional também à alimentação de alguns interesses mesquinhos de aventureiros e oportunistas, alguns dos quais estavam bem acomodados em seu governo e no governo de Dilma, mas agora se açodam a ocupar espaço, recorrendo à retórica anti-Lula e a uma tática de construção de “nova hegemonia”, acalentando prematuramente sonhos de alcançar o poder em 2022, aliados com franjas da direita. Um delírio.

Abandonar Lula, festejar seu isolamento, esfregar as mãos ante as dificuldades objetivas que enfrenta para se comunicar com o povo é uma das mais sonoras manifestações de traição e covardia, quando o apoio consequente, intransigente e incondicional à sua libertação é um imperativo político e ético.

A entrevista da última sexta-feira foi uma vitória política. Lula saudou milhões, falou a multidões que, entorpecidas agora, serão despertadas depois.

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Dar força à campanha pela libertação de Lula é renovar esta aposta, é investir na acumulação de forças, é preparar o terreno para elevar a consciência política do povo, é incrementar a luta pela democracia.

Portanto, não pode haver conduta tática mais desastrada e ruinosa do que criar falsas contradições entre a centralidade da luta pela democracia e pela libertação de Lula. A incompreensão sobre isto já conduziu a esquerda a divisões e, por conseguinte, à derrota, nas eleições de 2018. Se para nada servir a experiência histórica, que seja útil ao menos para extrair lições de erros.

O cenário político atual é o mais sombrio em décadas e qualquer projeção e conjectura sobre 2022 agora tende esboroar-se ante a força dos fatos. Ninguém sabe se haverá 2022, porquanto democracia não há mais. Pisamos no terreno movediço da instabilidade e miramos um horizonte de incertezas. A insatisfação larvar em expressivas camadas do povo precisa vir à tona e necessariamente virá, mesmo que no momento não haja nenhuma manifestação de lucidez das forças de esquerda sobre como pôr estas energias represadas em movimento.

Sendo síntese da luta pela democracia, LULA LIVRE é, sim, uma bandeira prioritária das forças progressistas e veículo para preencher esta lacuna.

Por Brasil 247

Blog do Mamede

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