Diante da forte pressão política que abala o seu partido – o PSL – Jair Bolsonaro busca sair das cordas e mergulhar em uma agenda política com o pacote anticrime de Sérgio Moro, fortemente criticado por diversos setores da magistratura brasileira. Não bastasse a “fuga” do tema ‘Gustavo Bebianno’, governo e Bolsonaro pretendem explorar inserções de TV, com o presidente falando sobre regras propostas por Paulo Guedes para a reforma da previdência.
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo relata a movimentação de maneira direta: “o presidente Jair Bolsonaro (PSL) planeja ofensiva com agenda de anúncios para tentar abafar a crise que atinge seu governo devido ao escândalo revelado pela Folha das candidaturas laranjas de seu partido. O momento de maior fragilidade política em 49 dias de governo Bolsonaro também tende a provocar a consolidação do poder militar na gestão federal devido à saída do ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência), cuja oficialização é prevista para esta segunda (18).”
Segundo o jornal, “o general da reserva Floriano Peixoto Vieira Neto, 64, deverá ser efetivado no lugar de Bebianno. Se confirmado, será o oitavo ministro egresso da área militar no governo, que tem 22 pastas —e Onyx Lorenzoni (Casa Civil) será o último civil com assento no Palácio do Planalto. O embate entre Bebianno, Bolsonaro e Carlos, filho do presidente, que alavancou a crise ao chamar o ministro de mentiroso, foi visto nos últimos dias com extrema preocupação pela ala militar do governo, que busca agora se impor para contornar o desgaste.”
A matéria ainda informa que “dentro do governo, existe ainda o temor de que Bebianno ‘saia atirando’, que a bancada governista fique fachada no Congresso em meio à troca de acusações sobre as candidaturas laranjas do PSL e que as suspeitas do esquema alcancem outros estados além de Pernambuco e Minas (…) Bolsonaro tentará atenuar esse desgaste ao apresentar ao Legislativo nesta semana dois projetos que tratam de bandeiras importantes da gestão: o combate à corrupção e o ajuste das contas públicas.”
Brasil 247
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