Segundo a Folha, Gustavo Bebianno – que presidia o PSL na campanha e é o atual secretário-geral da Presidência – tentou falar com Bolsonaro pelo telefone neste domingo. Não foi atendido.
Aliados do governo também estão preocupados com a ação de Eduardo e Flávio Bolsonaro no Congresso. O primeiro é deputado federal eleito por São Paulo. O segundo é senador pelo Rio de Janeiro. Mas qualquer ação deles não ressoa apenas entre congressistas.
Reportagem do jornal O Globo deste domingo mostra restrições feitas por parlamentares da base governista e ministros a iniciativas dos filhos do presidente. Conforme a matéria, eles foram advertidos a serem cuidadosos, porque tudo o que fazem será indefectivelmente associado ao governo Bolsonaro.
Tamanho borburinho na base, com uma manifestação de fogo amigo atrás da outra, pode ter sido o pretexto para Bolsonaro apelar. Neste domingo, nas redes sociais, ele chamou de “ato terrorista” o atentado contra sua vida praticado em 6 de setembro de 2018, durante a campanha eleitoral.
Num vídeo gravado no hospital e postado em suas redes, ele cobrou à “querida” Polícia Federal que “nas próximas semanas” conclua as investigações e aponte “o responsável” – ou os responsáveis – por ordenar o crime a Adélio Bispo. Antes mesmo da conclusão do inquérito, portanto, o presidente afirma que houve um mandante, depois de, novamente, associar o autor da facada ao PSOL, partido ao qual foi filiado.
Bolsonaro disse que o crime “não pode ficar impune”, embora Adélio já esteja preso desde a facada. Talvez o presidente precise de mais manobras retóricas para mudar a pauta de um noticiário cada vez mais negativo sobre seu governo e sua família.
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