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Rússia preocupada com crescimento do antissemitismo na Ucrânia

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A Federação de Comunidades Judaicas da Rússia apelou às autoridades ucranianas para que estas não permitam manifestações de antissemitismo, mas por enquanto estes apelos não obtiveram qualquer resposta.

 

Antissemitismo

As pessoas que ocuparam o poder na Ucrânia em resultado do golpe de Estado tentam não reparar no aumento dos sentimentos nacionalistas por todo o país.

A comunidade judaica russa espera que a Ucrânia consiga travar o surto de antissemitismo, se lê na declaração da Federação de Comunidades Judaicas da Rússia emitida na sequência do recente espancamento de um rabino em Kiev. Dois desconhecidos atacaram o voluntário de uma organização socorrista judaica Gilel Cohen quando este se deslocava ao hospital para visitar um paciente. O rabino foi selvaticamente espancado e os atacantes abandonaram o local do crime.

Esta foi uma manifestação típica do antissemitismo de rua, sublinhou numa entrevista à Voz da Rússia o chefe do serviço de imprensa da Federação de Comunidades Judaicas da Rússia Andrei Glotzer:

“A comunidade judaica da Rússia se preocupa com o início de uma clara manifestação do antissemitismo nas atuais condições de instabilidade social e política. Foram registados casos de ataques a judeus e a sinagogas na Ucrânia. Contudo, a nossa comunidade tem esperanças que acontecimentos semelhantes não evoluam para formar uma tendência. Gostaria de acrescentar que o antissemitismo surge regularmente num ou noutro país. Infelizmente, ataques como o que sucedeu contra o rabino Gilel Cohen ocorrem periodicamente nas ruas de Kiev, como nas ruas de outras cidades europeias”.

O incidente com Cohen não foi o primeiro episódio das manifestações de antissemitismo na Ucrânia. Assim, em janeiro foi ferido em Kiev com gravidade Dov Ber Glickman, um judeu de 30 anos. Os malfeitores esperaram-no à saída da sinagoga, espancaram-no e feriram-no com várias facadas. Dias antes desse episódio, na capital ucraniana foi atacado um professor de Israel que leciona numa escola judaica. Durante os acontecimentos no Maidan em Kiev, ocorreram vários ataques a instalações religiosas judaicas em diversas cidades. Na noite para 28 de fevereiro desconhecidos vandalizaram as paredes da sinagoga de Simferopol. Também a sinagoga de Zaporozhie foi atacada por desconhecidos com coquetéis molotov. Em Nikolaev foi vandalizado o monumento às vítimas do Holocausto.

As investigações preliminares indicam que esses atos foram realizados por ativistas do partido nacionalista ucraniano Svoboda (Liberdade). O seu líder Oleg Tyagnibok, um dos heróis da praça da Independência, foi incluindo ainda em 2012 na lista dos antissemitas mais perigosos da atualidade elaborada pelo Centro Simon Wiesenthal.

Numa Ucrânia mergulhada na crise política aumentaram os sentimentos nacionalistas em geral, explica Veronika Irina-Kogan, reitora da Acadêmia Judaica Estatal Maimônides:

“A problemática do antissemitismo e do vandalismo não é nova nem para os especialistas, nem para os políticos. Esse episódio, que está associado à situação geral na Ucrânia, não tem absolutamente nada que ver com a etnia, com a religião, nem mesmo com as roupas que as pessoas vestem. É uma tragédia dos nossos tempos e nós temos de fazer o maior esforço possível para vencer essa tragédia. Não devemos focar-nos no fato de ter sido espancado um rabino. Os sacerdotes cristãos e os imãs muçulmanos sofrem exatamente o mesmo”.

Na Ucrânia estão sendo cada vez mais frequentes os casos de espancamentos de russos e de outros habitantes russófonos. No distrito de Lviv desconhecidos vandalizaram um monumento aos soldados soviéticos que combateram o nazismo.

Ao mesmo tempo, os peritos internacionais que nos últimos meses afluíram à Ucrânia tentam não ver esses incidentes. Eles fecham os olhos a ataques de índole abertamente racista, assim como às representações da suástica e aos retratos de Stepan Bandera, líder dos nacionalistas ucranianos do tempo da Segunda Guerra Mundial, que inundam hoje a cidade de Kiev.

Fonte: Voz da Rússia

Blog do Mamede

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