Categories: Sem categoria

Gasolina a R$ 3,80 o litro seria possível no Brasil?

Spread the love

Segundo Federação Única dos Petroleiros, política de preços do governo Temer é responsável pelas altas tarifas.

Por Thaís Mota

A gasolina a R$ 3,80 o litro poderia ser realidade caso a política do governo federal junto à Petrobras fosse outra. De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a atual política é a grande responsável pela alta dos combustíveis no país. Esse tema já vinha sendo denunciado há alguns anos pela federação, mas veio à tona durante a greve dos petroleiros e dos caminhoneiros, em maio deste ano. Os movimentos demonstraram a incoerência entre os preços praticados nos postos de combustíveis e o fato de o Brasil ser autossuficiente na produção e exportador de petróleo. Atualmente, a demanda por derivados no Brasil é de 2,4 milhões de barris, enquanto a produção é de 3 milhões.

“Isso é reflexo de mudanças na política de preços da Petrobras desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff em agosto de 2016”, avalia Alexandre Finamori, diretor da FUP. No caso dos combustíveis, a nova política foi anunciada pelo governo Michel Temer em outubro do mesmo ano, associando o preço da gasolina e do diesel no Brasil ao mercado internacional.

A partir de então, os combustíveis produzidos nas refinarias da Petrobras passaram a ser comercializados a valores mais altos que os preços praticados por empresas estrangeiras. No entanto, segundo dados da Petrobras referentes ao 1º trimestre de 2018, o custo do refino no Brasil é 35% menor do que no exterior. Além disso, o custo de exploração do petróleo do pré-sal caiu de US$ 14 em 2014 para US$7 em 2018 – o que também deveria impactar diretamente na redução preço da gasolina.

Por isso, segundo Alexandre Finamori, é possível afirmar que, mantida a política de preços praticada no governo Dilma em 2014, corrigindo-se apenas a inflação, a gasolina poderia custar hoje não mais que R$ 3,80. “A esse preço a Petrobras ainda teria lucro e, inclusive, seria maior que o obtido em 2014, em razão da redução do custo de extração do petróleo do pré-sal, que hoje é responsável pela metade do óleo produzido no Brasil”, destaca.

“Tudo isso faz parte de uma estratégia do governo golpista de privatizar a estatal, como já tem acontecido com fatias da empresa, que em pouco mais de dois anos já perdeu 14 ativos”, critica.

Cemig e Eletrobras na mira do setor privado

Os impactos das privatizações no setor de energia também serão absorvidos pelo consumidor. Em setembro de 2017, o governo Temer leiloou quatro usinas hidrelétricas que eram operadas pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), sob o pagamento de um bônus de outorga de R$ 12,13 bilhões.

Esse bônus é o valor pago pelas empresas vencedoras do leilão para obter o direito de operar as usinas pelos próximos 30 anos. No entanto, esse “investimento” será recuperado pelas empresas sob a forma de cobrança direta ao consumidor via tarifa de energia.

Assim acontecerá também com a Eletrobras, maior empresa de energia elétrica da América Latina, cujo sistema tem sido alvo de vários projetos de privatização desde o ano passado. Nesse caso, o governo federal age em duas frentes: abertura de capital da empresa sob o risco de perder o controle da capacidade de regulação de preços e a venda de seis distribuidoras de energia nas regiões Norte e Nordeste.

No primeiro caso, o processo está parado no Congresso. Já no segundo, apesar de uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, impedindo a privatização de empresas públicas sem autorização do Legislativo, o governo realizou na semana passada o primeiro leilão de privatização de distribuidoras controladas pela Eletrobras.

Preço do gás também poderia baixar

A mesma política de paridade internacional foi adotada com o gás de cozinha em junho de 2017. Isso fez o preço médio do gás (botijão 13kg) saltar de R$ 57,379 (junho/2017) para R$ 68,766 (junho/2018) no país. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), vende-se um botijão de gás no Brasil por até R$ 115.

A alta do gás impactou tanto a população brasileira que 17,6% das residências utilizaram carvão ou lenha em 2017, o que corresponde a 12,3 milhões de domicílios. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) divulgada em abril de 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fonte: Brasil de Fato

    Blog do Mamede

    Recent Posts

    STF condena mais 14 réus pelos atos antidemocráticos que recusaram acordo com o Ministério Público

    STF condena mais 14 réus pelos atos antidemocráticos que recusaram acordo com o Ministério Público…

    18 horas ago

    Bolsonaro deve explicações ao Brasil, além de pagar pelos seus crimes

    Nota: Bolsonaro deve explicações ao Brasil, além de pagar pelos seus crimes Punição para todos…

    19 horas ago

    20 de novembro: Um chamado à luta por espaços de poder e representatividade

    20 de novembro: Um chamado à luta por espaços de poder e representatividade É essencial…

    19 horas ago

    Boletins de crimes raciais crescem 968,5% em SP, aponta relatório

    Boletins de crimes raciais crescem 968,5% em SP, aponta relatório   Ouvidoria das Polícias estadual…

    19 horas ago

    Plano para assassinar Lula foi discutido na casa de Braga Netto, diz Cid

    Plano para assassinar Lula foi discutido na casa de Braga Netto, diz Cid   PF…

    19 horas ago

    Mercado de trabalho, a evidente discriminação e desigualdade racial

    Mercado de trabalho, a evidente discriminação e desigualdade racial   É preciso desenvolvimento com valorização…

    19 horas ago