Por Emílio Chernavsky
Obviamente, as desculpas não conseguem mascarar o fato de que a taxa de desemprego, ao invés de cair como prometido após o impeachment e reforçado após a entrada em vigor da reforma trabalhista em novembro de 2017, continuou crescendo, e hoje existem mais de treze milhões de desempregados, dois milhões a mais que quando Meirelles assumiu o ministério. Pior, o tempo de procura por trabalho disparou e o desemprego prolongado se tornou comum. A perda do emprego voltou a ser, como nos 1990’s, uma das preocupações principais dos trabalhadores. Desempregados ou mal remunerados, pois os salários dos contratados são significativamente menores que o dos demitidos, estes se defrontam ainda com a explosão das taxas de violência. Não surpreende que, com isso, as pesquisas de intenção de voto apontem números inexpressivos para aquele que melhor encarna a política econômica do governo Temer.
Sem perspectiva da vitória eleitoral do ex-ministro da Fazenda, as forças políticas conservadoras vêm se congregando em torno da candidatura do tucano Geraldo Alckmin, inclusive retirando candidaturas alternativas da disputa. Nesse cenário, sem intenções de voto nem apoio político, porque Henrique Meirelles ainda é candidato? É provável que, do seu ponto de vista, a vaidade pessoal jogue algum papel, mas a razão principal para a sustentação de sua candidatura por parte daquelas forças a despeito dos seus prognósticos obscuros possivelmente está na contribuição que ela ainda pode dar para garantir a continuidade do projeto de país que vem sendo implantado, mais desigual e menos soberano e onde o Estado é incapaz de promover políticas de desenvolvimento econômico e social. O impacto já percebido pela população e o sentido das reformas anunciadas tornam esse projeto eleitoralmente inviável e fazem com que nenhum candidato que pretenda vencer as eleições se atreva a representa-lo abertamente. Ao aceitar fazer isso em nome da manutenção de sua candidatura, Meirelles chama para si as críticas que lhe são dirigidas e permite que outro candidato, tão comprometido com as transformações em curso como ele, assim não se mostre, aumentando suas chances nas eleições. Alckmin, apesar de ser o presidente do partido que contribuiu de forma mais decisiva para que o governo impopular que conduz esse projeto chegasse ao poder e que fornece até hoje vários de seus quadros principais, é quem tem assumido esse papel. Ocultando sua atuação nos últimos anos e se apresentando, ao contrário de Meirelles, como candidato desvinculado do atual governo, propõe assim cinicamente “olhar para o futuro”. Resta saber se a população não perceberá o artifício.
Confira a programação para o GP Três Ranchos de Motocross Atenção, apaixonados por adrenalina e…
STF autoriza 24 congressistas a visitar general Braga Netto na prisão Decisão do ministro Alexandre…
MPGO obtém na Justiça condenação a mais de 20 anos de prisão de aluno que…
70% dos brasileiros apoiam isenção do IR para quem ganha até 5 mil Pesquisa do…
Novo PAC supera meta e já alcança 53,7% do investimento previsto até 2026 Casa…
Milei enfrenta terceira greve geral em meio a cortes e repressão Mobilização liderada por…