As tratativas entre o governo Michel Temer (PMDB) e lideranças de caminhoneiros seguem sem solução. Após duas rodadas de negociação nesta quinta-feira (24), parte dos representantes da categoria ainda resiste às propostas do Planalto, que tenta transferir o ônus da crise para o Senado.
Diante dos efeitos das paralisações, o governo pediu trégua de 15 dias aos protestos e anunciou, na terça-feira (23), que iria zerar a Cide, uma espécie de tributo que recai sobre o diesel, como saída. A medida, entretanto, estaria condicionada à aprovação conjunta pelo Congresso da reoneração da folha de pagamento, bem como da isenção, até o final do ano, do PIS/Cofins pelo Congresso Nacional. A Câmara dos Deputados já aprovou a proposta, que se encontra agora no Senado.
Eunício de Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado, voltou às pressas do Ceará e tem convocado colegas da Casa para que façam o mesmo. Sua ida a seu estado de origem em meio à crise gerou fortes críticas entre políticos e manifestantes. O peemedebista teria intenção de votar a reoneração na sexta-feira (25).
Anteriormente, a Petrobras havia anunciado redução de 10% no preço do diesel nas refinarias e congelamento também por 15 dias, o que foi considerado insuficiente pelos manifestantes, que pedem medidas imediatas e permanentes.
Resistência
A proposta do governo não tem sido recebida de forma consensual pelos caminhoneiros, que são representados por diversas entidades. Parte das lideranças afirma que a mobilização será mantida até a votação do pacote e chegou a abandonar a mesa de negociação diante dos anúncios do governo.
As tratativas, portanto, devem continuar pela sexta-feira (25). Segundo informações apuradas pela reportagem, o governo também aposta que o final de semana fará as paralisações refluírem. Além disso, acredita que os problemas de abastecimento decorrentes da mobilização colocaram a população contra os caminhoneiros.