Se não acontecer algo inesperado, que possa provocar uma imediata alteração nos rumos do país, não é difícil prever-se a acelerada desestruturação do Brasil como nação, graças a uma ação conjugada do governo Temer, do Congresso e do Judiciário, com o apoio da mídia mercenária. Temer continua contando com os seus parceiros do golpe para massacrar o trabalhador, recolocar o país no mapa da fome, entregar nossas empresas, tecnologias e riquezas naturais para o capital estrangeiro. E embora denunciado pela Policia Federal como chefe de quadrilha, acusado de receber propinas e usar dinheiro público para comprar o apoio de deputados, consegue ser obedecido por todos, até pelas Forças Armadas, que se mostram indiferentes à entrega da Embraer para os Estados Unidos mas aceitam transformar-se em policia para ocupar as favelas cariocas. Até quando os brasileiros vão continuar assistindo apáticos à destruição do país e a recondução do que sobrar à situação de colônia norte-americana? Será que somos mesmo um país de vira-latas?
Ao contrário do que se imaginava, Temer continua muito forte e disposto a permanecer no poder a qualquer preço. A sua anunciada candidatura à reeleição, encarada como piada diante da sua reprovação por quase 100% da população – é o mais impopular presidente da história do Brasil – na realidade foi um balão de ensaio para avaliar as suas possibilidades eleitorais. A intervenção na segurança do Rio de Janeiro, interpretada como uma jogada política para melhorar suas perspectivas eleitorais, pode ter um objetivo mais amplo: medir a sua força junto aos militares para a implantação de um regime de exceção, com a justificativa de que necessita de mais poder “para promover as reformas de que o país precisa”, superando os obstáculos levantados pelo Parlamento. Partindo de Temer, um vice que traiu a titular e não tem o menor escrúpulo no exercício do poder, nada surpreende. Ele não tem limites. Sua aproximação e agrado aos militares, antes tímida, agora foi escancarada com a anunciada nomeação de um general para o Ministério da Defesa. Não se deve, portanto, subestimar a esperteza do presidente golpista.
A maior participação dos militares no governo, num processo gradativo de ocupação de espaços, tem não apenas o objetivo de assegurar o apoio dos fuzis a Temer como, também, de garantir uma repressão mais efetiva contra a inevitável revolta da população no caso de uma eventual prisão de Lula. Depois da intervenção no Rio de Janeiro, aprovada pelo Congresso, para o presidente golpista ficou mais fácil convocar as Forças Armadas para atuarem na “manutenção da ordem”, o que permitirá a presença dos militares nas ruas de todo o país, reprimindo e inibindo qualquer manifestação favorável ao ex-presidente. Na prática será de fato uma intervenção militar no país, com tropas e tanques nas ruas, uma imagem que ficou rotineira durante a ditadura militar. O Congresso e o Judiciário deverão continuar funcionando, embora de cócoras, para sugerir ao mundo a idéia de que a Democracia ainda é o regime vigente no país. Depois disso, tudo pode acontecer e o Brasil viverá o maior retrocesso da sua história.
Além de Temer, para se chegar a essa situação são também responsáveis o Congresso e, principalmente, o Judiciário que, manejando as leis em favor de interesses políticos, vem sufocando as forças democráticas com a perseguição, sobretudo, a Lula e a seu partido. Usando o combate à corrupção como pretexto, seguindo fielmente um plano traçado nos porões do Departamento de Estado americano para desestabilizar e derrubar os governos de esquerda da América Latina, a Operação Lava-Jato, que chegou a ganhar força como um Estado paralelo, vem destruindo empresas e extinguindo empregos, causando mais prejuízos do que benefícios ao país. O comportamento das diversas instâncias do Judiciário, a começar pelo próprio Supremo, tem sido de uma parcialidade gritante, revelando uma desavergonhada conivência com o entreguismo de Temer. Quando um juiz nacionalista suspende, por exemplo, a venda de uma estatal, logo a liminar é cassada pela instância superior, liberando a transação. E com isso a Petrobrás vem sendo desnacionalizada aos pedaços.
O vergonhoso comportamento da Justiça, condenado pelos juristas sérios deste país, tem se refletido, entre outras, na decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª. Região, que acelerou o julgamento do ex-presidente Lula para impedi-lo de concorrer à Presidência da República e aumentou a sua pena, sem qualquer justificativa, para evitar a sua prescrição. Rui Barbosa já dizia: “Não há nada pior do que a injustiça célere, que é a pior forma de negação da justiça”. Em compensação o Supremo Tribunal Federal não tem nenhuma pressa para julgar o pedido de habeas corpus do ex-presidente e, muito menos, para a revisão da prisão em segunda instância, que pode beneficiá-lo. A presidente da Corte, ministra Carmen Lúcia, que deveria pauta-los, se faz de cega, surda e muda aos apelos e críticas por conta da sua procrastinação. O juiz Sergio Moro, por sua vez, insiste em negar os pedidos da defesa de Lula para a tomada de depoimento do advogado Tacla Durans, que levantou suspeitas sobre a interferência do advogado Zucolloto, amigo do magistrado e socio da sua mulher num escritório de advocacia, nos procedimentos da Lava-Jato. Afinal, do que será que Moro tem medo para negar sistematicamente o depoimento de Durans? Até quando o Supremo e o CNJ vão assistir impassíveis o procedimento suspeito de Moro?
Brasil 247
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