Por Christiane Peres
Todos foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de obstrução de justiça e organização criminosa, mas com o resultado, só poderão ser investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após o fim do mandato.
“É um achincalhe com a população essa Câmara não ter autorizado o processo. Temer, o mestre das tramas, comprou parte do Plenário, vende o Brasil e fere de morte os direitos sociais. O que nos cabe é mobilizar a população, pois não bastam as redes sociais”, afirmou a líder comunista, Alice Portugal (BA).
Assim como na primeira denúncia, muitos deputados da base dedicaram seus votos à “estabilidade política e honestidade de Temer”, ignorando as provas trazidas pela denúncia da PGR, outra, porém, não saiu de um rápido “sim”, visto que não havia justificativas plausíveis para a rejeição do andamento da investigação. “Os deputados sérios e compromissados querem a permanência de Temer”, defendeu Wladimir Costa (SD-PA), que na primeira denúncia chegou a tatuar com hena homenagem a Temer no ombro.
Demagogias a parte, a salvação de Temer não saiu barata. Cálculos divulgados na imprensa dão conta que a negociação para barrar as duas denúncias criminais contra o presidente da República custou aproximadamente R$ 32,1 bilhões. O valor leva em conta as diversas concessões e medidas do governo negociadas com parlamentares da Câmara entre junho e outubro, desde que Temer foi denunciado pela primeira vez, por corrupção passiva, até a votação desta segunda acusação.
O “investimento” em sua manutenção no cargo superou, por exemplo, os recursos destinados pelo governo de Temer para pagar o Bolsa Família em 2018. O programa de complementação de renda foi orçado em R$ 26 bilhões para o ano que vem, R$ 6 bilhões a menos que os pagamentos da salvação da pele do peemedebista.
Para o deputado Rubens Pereira Jr (PCdoB-MA) este é o retrato fiel do governo Temer, um governo que não “tem dinheiro para saúde, educação, mas que, infelizmente, para comprar votos teve”.
Agora, com o resultado favorável, Temer deve retomar a pauta de retirada de direitos e tentar avançar com a famigerada Reforma da Previdência, por exemplo.
Para a presidente nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), esta era a chance de “barrar a agenda ultraliberal que vem sendo apresentada por Temer”. No entanto, disse a parlamentar, “apesar do revés”, a bancada comunista “continuará lutando pelos interesses da população”.
PCdoB na Câmara.
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