A entrevista de Fernando Henrique Cardoso ao blog do Josias de Souza causou mal-estar entre tucanos.
O ex-presidente disse que episódio que ocorreu na campanha pela reeleição de Eduardo Azeredo, em 1998, em Minas Gerais, não se compara ao chamado “mensalão do PT” porque “foi, eventualmente, desvio de recursos para campanha eleitoral e não compra sistemática de apoio para o governo no Congresso”. Sobre o propinotudo em SP, falou manipulação política por falta de provas contra o PSDB, sem citar suspeita de suborno da Alstom a Andrea Matarazzo, que arrecadou milhões para a própria reeleição de FHC. Quanto ao PT, disse que torce para qualquer candidato que derrote Dilma Rousseff e que “Lula, de botar tanto poste sem luz, pode acabar escurecendo o Brasil” (leia aqui).
Além de se pronunciar sobre escândalos tucanos ainda não julgados, aliados de Aécio Neves (PSDB) reclamaram que a declaração sobre 2014 não é benéfica para a campanha tucana.
“Não estou pensando partidariamente, estou pensando historicamente. Está na hora. O Brasil precisa arejar”, disse FHC. “Eu prefiro o Aécio, que tem uma estrutura maior, mais afinidade. Mas acho que Eduardo está tomando posições que são corretas e vai arejar de qualquer maneira”.
Segundo fonte ouvida pelo Painel, da Folha de S. Paulo, desautorizou FHC: “Ele está numa fase em que pode falar o que pensa com mais liberdade. Mas não é o pensamento do PSDB”, disse um tucano.
Oficialmente, o partido tentou minimizar a declaração. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) foi escolhido o porta-voz sobre o assunto: “Ele está construindo pontes para uma unidade das oposições no segundo turno. A declaração é lógica sob aspecto político e inteligente do ponto de vista eleitoral”.
Brasil 247
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