Delúbio Soares (*)
A independência de nosso país é luta diária e incessante, é fruto do trabalho de todos os brasileiros, não sendo presente ou outorga de poder algum. Ela tem sido conquistada ao longo de nossa história por movimentos cívicos inesquecíveis, que deixaram marcas indeléveis em nossa história e que crescem e se agigantam com o passar dos tempos.
Nossa independência é fruto do que – muito antes do 7 de setembro de 1822 – os Inconfidentes de Vila Rica, com Tiradentes à frente, sonharam. Ela é obra dos Confederados do Equador, dos destemidos Emboadas, dos Cabanos no Pará, dos baianos no memorável 2 de julho, dos Abolicionistas contra a chaga da escravidão, dos Pracinhas da FEB defendendo a liberdade nos campos da Itália, dos que se levantaram contra a ditadura militar de 64 e perderam a liberdade ou mesmo suas vidas, dos milhões que foram às ruas pelas diretas e forçaram o fim do regime de arbítrio, dos que elegeram o primeiro operário para a presidência do Brasil e dos que continuaram seu revolucionário governo levando uma mulher ao Palácio do Planalto.
Que importa o sacrifício pessoal ou a perseguição política, se a missão foi cumprida? Derrotados não foram os que sonharam e lutaram, e transformaram ideais em realidade. Derrotados são os que os perseguem, escravizados pelo ódio e sedentos de vingança. Perderam a batalha quando se colocaram ao lado de um país arcaico e injusto. Agora, também, perdem o trem da história. O Brasil melhor, mais solidário e rico, o país onde os pobres trabalham, frequentam as universidades, comem mais e melhor, compram casas e viajam de avião, esse Brasil lhes é profundamente afrontoso. Porém, ele é o país definitivo, o que não retrocederá em um milímetro sequer, o que conseguimos construir com Lula e consolidar com Dilma.
Qual o Brasil independente? O que herdamos em 2003, após os longos e improdutivos anos de Fernando Henrique Cardoso? Ou o que acumula impressionantes avanços sociais e econômicos?
E há outros dados da maior importância para a soberania nacional e a independência de nosso país. Como, por exemplo, a queda da dívida externa de US$ 165 bilhões para US$ 79 bilhões. Ou a espetacular multiplicação por dez vezes de nossas reservas internacionais: US$ 36 bilhões ontem, US$ 360 bilhões hoje. Ou o salto em nossas exportações: US$ 60 bilhões em 2002 contra os US$ 256 bilhões em valores de 2011. E há outros indicadores que sustentam a certeza de que vivemos um país bastante melhor do que o que recebemos no difícil ano de 2003, o primeiro do governo do presidente Lula.
O país que legaremos às futuras gerações e que oferecemos aos de agora não é o país da mídia detratora ou da oposição impenitente e sistemática. O Brasil justo, democrático e livre, cuja Independência se reafirma a cada dia, é o da realidade expressa em fatos e números insofismáveis, irrespondíveis e muito bem-vindos.
(*) Delúbio Soares é professor
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