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Otoni: nome deve “ter competência para fazer o debate político”

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O deputado federal Rubens Otoni (PT) concedeu nesta terça-feira, 14, entrevista para a Rádio Luz da Vida 90,7 FM, de Goiânia. O parlamentar foi sabatinado por Alípio Nogueira, Marcos Cipriano e Vassil Oliveira sobre os principais fatos políticos da semana e o panorama para o pleito eleitoral em 2014.  “O que é fundamental, é termos um candidato que tenha capacidade de diálogo com os outros partidos. Porque não adianta falar com o seu partido e não ter capacidade de diálogo com os outros partidos. Tem que ter competência para fazer o debate político”, declarou o petista.
Para ele, os partidos deverão escolher um nome que tenha “densidade eleitoral” e “trânsito nos partidos”. Rubens entende também que o PT tem legitimidade para apresentar candidatura própria:  “É evidente que se você perguntar para mim, o candidato do Partido dos Trabalhadores é o candidato que eu vejo como mais viável. E se nós estamos colocando à mesa um nome é porque nós entendemos que esse nome tem condição de se apresentar como candidato”. E informou que, no PT, “é do interesse da direção nacional trabalhar ao máximo possível a unidade da oposição, mas que essas definições, essas discussões (de candidatura), elas acontecem no Estado”.
Entrevistador – Deputado, nós vemos do lado do PT algumas correntes dizendo: ‘se o candidato não for o Iris, o PT tem que ter um candidato’. Qual é a realidade neste momento, nesse cenário?
Deputado federal Rubens Otoni – A realidade, Alípio, é que o PT, ele continua firme no seu propósito de contribuir para a unidade da oposição em Goiás. Nós defendemos, eu sempre tenho dito isso, eu já disse isso pra vocês aqui: o meu entendimento é que a oposição unida, ela tem todas as chances de ganhar a eleição. E o PT quer contribuir pra isso. E está contribuindo, debatendo, discutindo, ouvindo os partidos políticos que compõem a oposição e também apresentando os seus nomes. O PT acha legítimo que o PMDB, mas não apenas o PMDB, outras legendas, na medida que tenham nomes a apresentar, apresentem os seus nomes para serem avaliados. Mas (o PT) se julga também no direito e na legitimidade de apresentar os seus nomes não para impor, mas para que esses nomes sejam discutidos, sejam avaliados e possam contribuir na formação de uma chapa, que seja chapa não apenas pra falar que está disputando, mas uma chapa competitiva que dispute e ganhe as eleições neste ano.
Entrevistador – Rubens Otoni, em relação à figura de Júnior do Friboi qual que é a avaliação pessoal do senhor como político, com a visão que o senhor tem de uma longa trajetória no PT, o candidato, ou pré-candidato, chegou dizendo: ‘vou montar a campanha, nós vamos cuidar, estruturar financeiramente, vamos eleger uma bancada de deputados federais, estaduais’. Ele deixa muito claro que vai usar o poder econômico, ou seja, a força do poder econômico. O PT tem uma visão crítica em relação a essa chamada entrada do poder econômico na política?
Rubens Otoni – O PT, ele está se reservando de não ficar entrando no campo da discussão de outros partidos. Na disputa interna que existe dentro do PMDB, e nós sabemos que existe essa discussão, existem nomes sendo apresentados dentro do PMDB. Às vezes aparece essa discussão de que o nome tal é mais viável porque o PT estaria disposto a apoiar este ou aquele nome. Não é isso. Isso não é verdade, o PT não tem nenhuma posição a respeito de nome do PMDB. Isso compete ao PMDB resolver. O PMDB vai resolver o seu nome. Na hora em que o PMDB resolver o seu nome, ele vai colocar esse nome para os outros partidos e também para o PT. Agora, independentemente do nome que o PMDB esteja afunilando para escolher, o PT se julga no direito de se apresentar também com os seus nomes, se apresentar com as suas alternativas, não para o PT apenas, mas para que o PMDB e os outros partidos também avaliem esses nomes e façam uma reflexão se esse nome, se esses nomes contribuem para formatarmos uma chapa competitiva.
Entrevistador – Deputado, faz uns dois dias, uma notícia que ficou pululando, que o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, teria dito que, se não for ele o candidato, ele cruzaria os braços. Hoje tem o desmentido dele, não falou nada disso e, em todo o caso, o próprio PMDB reagiu a isso. Houve declarações.
Rubens Otoni – Isso é a famosa ‘arrombar a porta aberta’. Não existia a declaração e o pessoal ficou indignado com a declaração que não existia.
Entrevistador – Esse é um dos adversários da oposição, não se deixar envolver por esse clima de intriga?
Rubens Otoni – Claro, eu acho que sim. Não apenas da oposição. Na política, nós temos que ter sempre o cuidado. Eu sempre digo isso, para as pessoas que me acompanham, eu falo: ‘para o dia-a-dia, basta os problemas que nós temos. Nós não precisamos criar outros’. Basta os problemas que nós já temos. É o desafio do dia-a-dia. Então, nós temos que ter a habilidade, a tranquilidade para poder trabalhar as questões, inclusive as opiniões diferentes. É legítimo que na política nós tenhamos opiniões diferentes dentro do próprio partido e fora do partido. O que nós não podemos é deixar, às vezes, que esses momentos de discussão, de debate, ou ás vezes até de uma posição divergente, ele avance para criar um problema maior do que aquilo que realmente existe. Então, é preciso ter essa habilidade. Acho que o Partido dos Trabalhadores está atento pra isso. Nós estamos discutindo, temos uma reunião do diretório regional agora no dia 25 de Janeiro. Essa reunião, ela servirá também para que o Partido possa também delinear a sua postura pra 2014, fazer um calendário, definir o seu trabalho. E eu vejo que o PT, ele tem todas as condições, não apenas de se afirmar como um nome de candidatura majoritária, mas tem todas as condições de contribuir para essa unidade da oposição. Eu tenho dito que é muito importante, no primeiro turno, trabalharmos o máximo possível de partidos unidos e, no segundo turno, trabalhar toda a oposição unida para que a gente possa disputar e ganhar as eleições.
Entrevistador – Rubens, nesse debate de quem deve ser o candidato das oposições, o que deve prevalecer, é a capacidade de articulação do candidato, é o poder financeiro que o candidato tem, é a possibilidade do candidato representar o novo? Qual é a visão que o senhor tem?
Rubens Otoni – É um pouco de cada coisa. Eu falei pra vocês, na outra oportunidade em que eu estive visitando (a Rádio Luz da Vida), que nós precisamos ter um candidato, que ele não apenas se apresente em condição, com condição financeira. Isso não é o preponderante na política. Mas o que é fundamental, é termos um candidato que tenha capacidade de diálogo com os outros partidos. Porque não adianta falar com o seu partido e não ter capacidade de diálogo com os outros partidos. Tem que ter competência para fazer o debate político, porque uma campanha pra governo é uma campanha muito dura do ponto de vista político, então tem que ter essa capacidade política; e tem que ter densidade eleitoral. Então, são os três pontos que, de início, são fundamentais na escolha de um candidato. O PT vislumbra, sim, e nós queremos discutir isso com os outros partidos pra fazer uma melhor avaliação dos nomes que nós temos disponíveis no campo da oposição.
Entrevistador – Mas, querendo ou não, essa tese do senhor exclui alguns nomes. Alguns nomes que não tem densidade eleitoral, que podem ter dinheiro…
Rubens Otoni – Aí é que nós temos que avaliar. Os partidos terão que avaliar quem é que tem densidade eleitoral, quem é que tem trânsito nos partidos, quem é que tem capacidade de debate. Essa é a discussão que os partidos terão que fazer e nós teremos que chegar num consenso. Porque eu posso ter uma opinião, mas você ter uma opinião diferente sobre quem tem densidade eleitoral, quem tem mais capacidade de debate ou não, quem tem capacidade de diálogo, de aglutinação dos partidos. Então é isso que nós vamos ter que ter, essa paciência, esse equilíbrio, essa maturidade para no momento certo, no momento oportuno, fazermos a escolha mais correta. Eu diria que não é nem a escolha mais correta. É a formação de uma chapa mais correta, porque não se trata apenas de discutir candidato ao Governo. Candidato ao Governo, vice-governador e candidato ao Senado. É uma equipe que precisa ser formada e, no meu entendimento, tem que ser formada com a participação de várias legendas.
Entrevistador – Nesse viés, deputado, escolhendo um candidato que não tem nenhuma dessas características ou que tenha poucas dessas características, imagino que inviabiliza, de pronto, o projeto da oposição em Goiás. Ou não?
Rubens Otoni – Essa que é minha preocupação. E é por isso que nós temos tido o cuidado de apresentar critérios na escolha desses nomes. Porque não se trata apenas de dizer: ‘eu quero um candidato do meu partido. Ah, mas tem que ser do meu partido. Não é isso. Tem que ser um candidato que atenda a uns critérios mínimos de competitividade, de disputa, de chance, de apresentação para o debate com a sociedade. Então o PT não tem essa posição de falar: ‘nós exigimos que o candidato seja nosso’. Não é isso. O PT tem seus nomes, está apresentando nomes para o debate, quer que os partidos avaliem. E PT tem a humildade e a serenidade de também reconhecer que os outros partidos têm legitimidade de apresentar os seus nomes. Não estamos fazendo nenhum juízo de valor sobre esses nomes. Achamos que todos são legítimos no debate. Agora, até março nós queremos ter uma avaliação. Até o final de março, nós queremos uma avaliação dos partidos para começarmos a definir as candidaturas.
Entrevistador – Depois vem uma orientação de cima, ou seja, do diretório nacional do PT e o próprio diretório nacional do PMDB, já que os dois partidos têm essa aliança nacional? E vai estender essa aliança em muitos estados da Federação? Existe pra Goiás uma orientação especial em relação a isso?
Rubens Otoni – Não, não tem. Não tem e todo o nosso trabalho político tem sido coordenado pelo nosso diretório regional, sob a batuta do nosso presidente, Ceser Donisete Pereira. Nosso presidente Ceser Donisete já tomou a iniciativa, esteve em São Paulo, inclusive convidando a bancada estadual, a bancada federal. Eu tive a oportunidade de acompanhá-lo num diálogo com nosso presidente nacional, Rui Falcão, que deixou bem claro que é do interesse da direção nacional trabalhar ao máximo possível a unidade da oposição, mas que essas definições, essas discussões elas acontecem no Estado. E aqui em Goiás não tem problema, porque quem tem defendido a unidade com o PMDB, com os outros partidos, é o PT. A direção do Partido dos Trabalhadores aqui em Goiás em nenhum momento teve dúvida sobre isso. Acha que é importante trabalhar a unidade da oposição. Agora, queremos discutir. A coisa não é pronta e acabada, está o prato feito, tem que ser desse jeito. Não. Temos que discutir, temos que ver as opções e analisar as opções existentes. É isso que o PT tem feito questão de colocar à mesa.
Alípio – Mas é que nesse cenário, o PT age com a responsabilidade que lá atrás o PMDB não teve, quando, por exemplo, alguns integrantes do Partido fecharam as portas para o PT, inviabilizando o projeto do próprio PMDB de ganhar uma eleição ao Governo do Estado. Quer dizer que, nesse momento, o PT dá a resposta ao PMDB, que seria a mesma postura que o PMDB deveria ter tomado lá atrás?
Vassil – Olha, Alípio, a gente vem acompanhando há algum tempo. O discurso que o deputado adota aqui hoje é antigo. Por exemplo, lá no blog que eu faço tem uns textos. Se você pegar lá uma matéria de uns meses atrás, de uns cinco, seis meses atrás, você vai ver que as declarações foram na mesma linha. Eu conheço gente, acompanho também, cubro (jornalisticamente) o PMDB. Alguns líderes do PMDB que pensam a mesma coisa: ‘olha, é legítimo cada um lançar candidato, é preciso convergir, esse diálogo da unidade não é fácil. Quem acompanhou a conversa, cobriu as eleições de 98, 96, 94, via como o debate era terrível. E como pegava fogo. Que falta que não faz o Paulo Roberto Cunha, você lembra o Paulo Roberto Cunha, naquela cidade importante do sudoeste goiano, que fica perto de Jataí? Isso é natural. Eu acho que é aquela coisa: o velho jogo da intriga, da provocação, isso daí não é novo na política não. A oposição, se for abatida por causa desse jogo, não merece nem ganhar as eleições aqui em Goiás. Isso é muito simplório, esse tipo de coisa, de inventar que alguém disse o que não disse. Cria uma crise, em dois dias o PMDB cria uma crise. Ninguém falou: ‘Gomide, você falou isso mesmo?’. Uma ligação, um contato, um diálogo teria evitado um tiro no próprio pé. Porque quando se desgasta um, hoje na oposição, se desgasta todo mundo. O que eu entendo e a pergunta que eu faço para o deputado Rubens Otoni, o que eu entendo é o seguinte: muito se fala nessa unidade. E o diálogo é difícil e ele vem sendo feito amarrado. Só que agora ele entra num outro nível, ele tem que convergir. Essa convergência, é esse o momento que a gente vem acompanhando, é por isso que a situação subiu um pouquinho o clima?
Rubens Otoni – É natural, é natural, você tem razão. No início do ano passado, eu já falava o que eu estou falando aqui pra vocês. Só que aí vocês não perguntavam como é que vai ser resolvido. Eu falava: ‘isso é só no ano que vem. A partir de fevereiro, março do próximo ano é que as coisas serão definidas. Então, demorava chegar isso. Hoje, não. Nós já estamos em janeiro de 2014 e fevereiro, março está aí pra poder haver uma definição. Então é natural que quem tem interesse em definições, coloque o time em campo. E acaba tendo às vezes alguma manifestação, às vezes uma colocação que já não agrada e já tem alguma resposta. E o que você disse tem toda a razão. É preciso ter uma habilidade para poder superar, é preciso entender, respeitar a posição de cada um; e nós estamos fazendo no Partido dos Trabalhadores, sob a coordenação do Ceser Donisete, um esforço muito grande de diálogo interno, para podermos ter esse equilíbrio do Partido; e também o equilíbrio no diálogo com os nossos aliados. E ressalve-se: quando eu falo no diálogo com os nossos aliados é com o PMDB, mas não apenas com o PMDB. Porque eu tenho dito também que a aliança com o PMDB é uma aliança muito importante, é uma aliança fundamental, mas não é suficiente para ganharmos as eleições. Nós temos que ter uma aliança mais ampla, que leve em consideração os outros partidos, que reconheça, que valorize os outros partidos e busque neles também uma capacidade de diálogo e de uma participação direta no processo de decisão.
Entrevistador – Quando o senhor fala, deputado Rubens Otoni, da habilidade que as pessoas devem ter, que os líderes devem ter nesse momento, eu faço a seguinte pergunta: faltou essa habilidade ao prefeito Paulo Garcia, por exemplo, nesse embate que ele teve com o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, de achar que o Gomide não tinha o direito de dizer ser pré-candidato e o Gomide de dizer, do outro lado, que a subserviência do PT ao PMDB é uma coisa gritante, e por aí foi?
Rubens Otoni – Não, eu diria assim que, de um lado e de outro, houve um mal entendido. Nem um disse uma coisa, nem o outro respondeu aquilo que julga que precisaria responder. E é isso que a gente precisa ter cuidado. É na medida em que haja um ruído, uma coisa que não foi entendida no devido tom que foi colocado, é voltar a fazer a conversa novamente e mostrar (que) isso já está superado, não tem problema nenhum. E o Partido dos Trabalhadores tem essa responsabilidade. Nosso presidente, Ceser Donisete, está muito atento a essas questões, já dialogando com as lideranças, no sentido de colocar as questões que são legítimas. Ter uma diferença de opinião aqui ou ali, isso não é problema. Agora, nós não precisamos resvalar além da diferença da opinião. É isso que nós vamos fazer e vamos ter esse cuidado, não apenas internamente, mas também externamente, conversando com os outros partidos, também termos essa preocupação para também não acirrarmos os ânimos na discussão com os outros partidos. Porque, como o Vassil disse, a medida que agora há uma responsabilidade de ir convergindo o debate para buscar uma definição, é natural que as propostas e as ideias conflitantes, elas apareçam.
Entrevistador – Deputado, uma das características do senhor é que o senhor não foge das perguntas mais difíceis. Quando o senhor vai para uma entrevista, o senhor está disposto a responder a todas. A pergunta que faço ao senhor: em termos da administração, de visibilidade, de servir de combustível para um projeto político, as administrações feitas por Paulo Garcia, em Goiânia, e Antônio Gomide, em Anápolis, tem comparativo, elas servem para análise, elas têm diferenciais que possam projetar (um projeto político)?
Rubens Otoni – Com toda a certeza. Eu tenho dito isso desde o começo do ano passado, que o PT tinha todas as condições de apresentar os seus nomes justamente pelo trabalho que tem sido realizado na Prefeitura de Goiânia, com o nosso prefeito Paulo Garcia, e também na Prefeitura de Anápolis, com o prefeito Antônio Roberto Gomide. Inclusive, aqui justiça seja feita, e às vezes as pessoas comentam: ‘o prefeito Paulo Garcia está retirando o nome’. Justiça seja feita. O prefeito Paulo Garcia, ele nunca colocou o nome dele como candidato a governador. Eu fui uma das pessoas que, dentro do PT, e eu assumo isso, que insistia, em todos os momentos. Coloquei o nome do prefeito Paulo Garcia como uma referência, como uma possibilidade de candidatura ao Governo do Estado, justamente pela importância que ele tem como liderança, o trabalho na Prefeitura de Goiânia e a visibilidade desse trabalho. Então, tanto o prefeito Paulo Garcia, como o prefeito Antônio Roberto Gomide, nos honram muito no Partido dos Trabalhadores com as suas administrações e nós temos orgulho de defender essas administrações e apresentá-las como referência no trabalho em todo o Estado de Goiás.
Alípio – Vassil, mais uma pergunta ao deputado federal Rubens Otoni, nosso entrevistado nesta manhã de terça-feira, aqui no Jornal Luz da Vida.
Vassil – Deputado, o Paulo Cesar Martins, deputado do PMDB, diz hoje (14) no Jornal O Popular: ‘a definição de chapa só teríamos em Junho. Se a oposição não tem sequer um projeto de governo definido, vamos antecipar nomes. Se Antônio Gomide quer a vaga de candidato, terá de renunciar o mandato por conta e risco. Todos os partidos da nossa aliança terão o direito de ocupar espaço na chapa majoritária. Não podemos fechar a porta antes do prazo’. É isso?
Rubens Otoni – Não é a nossa posição. Não é a posição do Partido dos Trabalhadores, mas nós respeitamos. Eu nem sei se essa é a posição do PMDB. Mas, mesmo se não for a posição do PMDB, eu respeito a posição do deputado. É isso que eu disse. Cada um tem a sua opinião e, nesse momento, essas posições começarão a aparecer. Então, nós temos que ter maturidade de conviver com elas sem fazer um cavalo de batalha. Se for essa a posição do PMDB, nós vamos respeitar. Agora o PT, de qualquer forma, decidirá sua posição em março. Disso eu não tenho dúvida nenhuma. Porque o PT terá que definir em março. Agora, nós queremos definir em março ouvindo e decidindo com os outros, com todos os outros partidos. Se não for possível, nós vamos ter que decidir. O PT vai decidir em março. E aí, é claro, como ele disse (Alípio), se o PT em março tem que decidir sozinho; e o nosso prefeito deixa a Prefeitura pra ser candidato, é caminho sem volta. Aí não tem mais acordo. Vai ter que ser candidato. E não é isso que nós queremos. Nós queremos é que haja um diálogo e uma definição em conjunto, de maneira coletiva, para fortalecer o campo da oposição.
Entrevistador – Quando o senhor fala, e o senhor disse bem claro e repete isso aqui: há uma coerência muito grande daquilo que o senhor falou meses atrás daquilo que o senhor está dizendo hoje aqui em relação à postura do Partido dos Trabalhadores ao pleito eleitoral. Principalmente sobre a candidatura ao Governo do Estado de Goiás. A aliança (PT e PMDB) existe, é inegável isso, mas esses gritos do PT se tornaram mais fortes, mais perceptíveis, a partir do momento em que a gente observou o pré-lançamento de candidatura ou o lançamento de pré-candidatura  do Junior do Friboi. Que aqui, com todo o respeito, deputado Rubens Otoni, minha opinião totalmente pessoal. Dentro daquilo que o senhor disse, da capilaridade política, do poder de síntese, da discussão do projeto para Goiás, enfim, de uma série de atributos que o candidato deve ter, nós não conseguimos enxergar nenhuma no candidato Junior do Friboi. Mas isso teria sido o ponto em que o PT acordou e disse: ‘Alto lá! O PT vai participar da discussão, sim, na cabeceira da mesa’. Foi aí?
Rubens Otoni – Não, não foi. Não foi e essa discussão, como eu disse, quem tem que fazer é o PMDB. Cabe ao PMDB decidir, entre os nomes que ele têm. O PMDB não tem apenas dois nomes, tem outros nomes a altura para essa discussão. O PMDB tem que discutir entre seus nomes aquele que ele acha que é o mais conveniente. Nós não vamos entrar nessa seara e não vamos aceitar ser usados também como justificativa para fortalecer o nome A, B ou C. Então eles têm que discutir com os argumentos que eles têm. Eu defini e defendi dentro do Partido a apresentação do prefeito Paulo Garcia e do prefeito Antônio Roberto Gomide, já na saída da avaliação das eleições de 2012. Naquela época, você deve se lembrar, que o nome que o PT tinha como apresentação para o Governo do Estado era o meu nome. E, com o resultado que foi apresentado, um resultado importante, a vitória do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, no primeiro turno, a vitória do prefeito Antônio Roberto Gomide com 89%. Eu saí daquela avaliação falando: ‘olha, agora não tem mais necessidade e sentido o meu nome ser apresentado’. Nós temos dois nomes com visibilidade grande, vitoriosos no processo administrativo em duas cidades de ponta, como Goiânia e Anápolis. Então, nós devemos apresentar o nome de Paulo Garcia e Antônio Roberto Gomide. Naquele momento, o Júnior nem filiado ao PMDB era. Então, não tem nada a ver uma coisa com a outra.
Entrevistador – O senhor Tem colocado aqui na emissora, tem colocado com insistência que a oposição tem que ter juízo, tem que ter desprendimento, tem que fazer uma analise lógica do processo. Essa posição de Vanderlan Cardoso, ‘olha eu sou candidato pronto e acabou, não participo dessa articulação, porque a minha candidatura está colocada e não tem retorno’, isso não é uma posição meio radical nesse processo?
Rubens Otoni – Eu, desde o primeiro momento e desde o início de 2013, eu sempre alertei o debate da oposição, que era muito importante continuarmos o dialogo com Vanderlan, independente da postura dele de colocar candidatura. É legitimo cada um colocar o seu nome e ele também tem esse direito e essa legitimidade. Eu sempre incentivei que nós pudéssemos continuar o dialogo com ele, independentemente de onde ele estivesse, qualquer partido que ele estivesse. Qual problema que nos tivemos com o Vanderlan agora? É que o Vanderlan, ao fazer opção pelo PSB e o PSB nacional fazer oposição, ter uma postura de oposição a presidenta Dilma, saiu do nosso campo, porque nos estamos trabalhando a unidade dos partidos de oposição que apoiam o governo federal, que apoiam a presidenta Dilma, então hoje ele não está mais nesse campo. Agora, eu continuo com o mesmo propósito de poder, no segundo turno, nós termos essa possibilidade de estarmos juntos. Mas, no primeiro turno, já está impossibilitado pela opção que eles fizeram de estar contra o projeto nacional, projeto da presidenta Dilma.
Entrevistador – Pois é, mas não havendo concordância, não havendo sintonia nos discursos de PT e PMDB, com a candidatura já praticamente irreversível de Vanderlan, alguns partidos menores também deverão lançar candidato. Dizem aos cantos que Caiado pode ser candidato também, não sei se vai conseguir enfrentar essa candidatura, mas a pulverização das candidaturas das oposições podem trazer um resultado absolutamente negativo já no primeiro turno, não, deputado?
Rubens Otoni – Tudo isso precisa ser analisado, e eu ouvi algumas pessoas falando assim: ‘ah, se pulverizar, se tiver muitas candidaturas o Marconi pode ganhar no primeiro turno’. Não, é exatamente o contrário. Quanto mais candidatura, mais chances de segundo turno. Então não é isso. Qual e o problema de nós lançarmos várias candidaturas e criarmos arestas entre nós mesmos? Porque você vai para uma disputa, não e questão de ter segundo turno. Porque segundo turno, quanto mais candidato, mais chance tem de ter segundo turno. O problema e que você vai para uma campanha, como eu quero ir para o segundo turno, ai eu começo não apenas a atacar o meu adversário, mas eu tenho que atacar aquele que já e o meu possível aliado no segundo turno. Mas eu estou disputando com ele a ida para o segundo turno e depois você às vezes não dá tempo de você competir, de superar esses mal entendidos. Então é por isso que eu vejo que, quanto mais nós trabalharmos a unidade já no primeiro turno, isso é melhor para o nosso projeto em disputa. Más não pelo fato de não ter o segundo turno, a questão de segundo turno não é problema; e se pulverizar essas candidaturas, tiver mais candidaturas, fica até mais fácil de enfrentar o  candidato do governo.
Entrevistador –  Os nomes colocados pela oposição, nós temos Iris Resende, Vanderlan Cardoso hoje está em outro campo, Antônio Gomide e Júnior do Friboi. Desses candidatos, desses nomes colocados, existe algum mais viável com o outro? Quais seriam os pontos frágeis e os pontos positivos desses novos colocados?
Rubens Otoni – Essa é a análise, análise que nós temos que dar liberdade para que todos os partidos coloquem a mesa os seus argumentos, potencial de cada um. É evidente que se você perguntar para mim, o candidato do Partido dos Trabalhadores é o candidato que eu vejo como mais viável. E se nós estamos colocando à mesa um nome é porque nós entendemos que esse nome tem condição de se apresentar como candidato. Por exemplo, o prefeito Antônio Roberto Gomide. Se nós formos analisar uma pesquisa atual, ele não está no topo da pesquisa, não está na frente nas pesquisas, não tem um desempenho na pesquisa ainda adequado para uma candidatura a Governo. Mas ele tem outras qualidades que podem facilitar num processo eleitoral como esse.
Entrevistador – Mas o PMDB tem mais capilaridade que o PT no Estado.
Rubens Otoni – O PT teve mais votos que o PMDB na eleição pra prefeito municipal no ano passado. Então, veja você: são coisas que precisam ser analisadas. O PT foi o partido mais votado no Estado de Goiás. E teve o dobro de votos do PSDB em Goiás para prefeito.
Entrevistador – Mas elegeu menos.
Rubens Otoni – É, mas elegeu os prefeitos das cidades mais importantes. O PT tem o prefeito da Capital, tem o prefeito de Anápolis, tem o vice-prefeito de Aparecida, o vice-prefeito de Luziânia, a prefeita de Valparaíso. Não é pouca coisa. Agora, nós não queremos usar isso como uma coisa assim: ‘por isso, agora tem que ser o PT’. Não, eu estou colocando isso porque você está me perguntando. E eu respeito os argumentos de outros. Mas o que eu quero dizer: é que às vezes um candidato como Antônio Roberto Gomide. Ele tem às vezes um determinado item e ele ainda não se apresenta como deveria, mas ele tem potencial em outros itens. Eu vejo que o Partido dos Trabalhadores, hoje, ele tem a oportunidade de fazer uma campanha mais arejada, de chegar em segmentos que nós não conseguimos chegar nas últimas campanhas e apresentarmos um projeto mais renovado. É isso. E como se diz: ‘ah, mas tem que discutir nome ou projeto’. Tem que discutir nome e tem que discutir projeto. Então tem que discutir as duas coisas. E é assim que nós temos que trabalhar. E o PT está disposto a colaborar com isso, discutindo, debatendo, respeitando os nomes apresentados pelos outros, mas também se dando o direito de apresentar os seus nomes. E justiça seja feita. Nós não estamos apresentando um nome qualquer, um nome que não tenha nada a ver com o processo. (É) um nome a altura de ser debatido, de ser discutido e ser respeitado à mesa.
Entrevistador – Deputado, como vai ser o trabalho do prefeito Antônio Gomide e do PT para tentar viabilizar a candidatura?
Rubens Otoni – Eu defendo o seguinte: primeiro é preciso ganhar o apoio interno. Então, por isso, aquilo que você disse dos mal entendidos dessa semana. A primeira coisa é isso: é contornável. E isso o nosso presidente, Ceser Donisete, está fazendo muito bem. Eu tenho a certeza, eu tenho a convicção. O prefeito Paulo Garcia e o prefeito Antônio Roberto Gomide são dois nomes da maior conta do Partido dos Trabalhadores, que nós temos o maior respeito, que sempre seguiram e vão seguir a orientação do Partido. O que o Partido definir, eles estarão seguido. Então, a primeira coisa é o Partido definir o que o Partido quer. Depois, nós teremos, agora no dia 25 de janeiro, uma reunião do diretório, liderada pelo presidente Ceser Donisete Pereira. Essa reunião do diretório, ela definirá uma estratégia. E em cima dessa estratégia é que nós estaremos trabalhando. Então, respeitando a posição que o Partido tomar no dia 25. Agora, qual é a opinião que eu defendo? É que o PT aproveite o mês de fevereiro e o mês de março para fazer os encontros regionais, para poder visitar todas as regiões e fazer um diálogo não apenas com a base do Partido dos Trabalhadores, mas com a base aliada nessas regiões. E que faça também uma agenda. Aí, o Partido dos Trabalhadores, a própria direção do Partido faça uma agenda de discussão novamente com todos os partidos do campo da oposição. E temos uma outra agenda ainda que seria uma agenda do nosso pré-candidato dialogando e se apresentando às lideranças de todas as regiões do Estado. Eu vejo que, com isso, nós teremos condição de levar a mensagem, E depois, no final de março, pararmos e avaliarmos se isso avançou e que tipo de apoio, de repercussão teve; e que tipo de apoio nós conseguimos conquistar.
Entrevistador – Uma cobrança que é feita constantemente à oposição é que a oposição não tem um projeto, não tem proposta e que, ao invés de discutir nomes, deveria discutir projetos. Que projeto que a oposição tem?
Rubens Otoni – Na verdade, é aquela questão que você colocou no início. Que a gente tem que ter o cuidado de não entrar em discussões estéreis. Porque, quando a gente começa a discutir projetos, o pessoal fala: ‘não adianta ter projeto se não tem nome. Cadê o nome?’. Lá vamos nós discutir o nome. Aí quando a gente começa a colocar nome, está aqui o nome, nós estamos apresentando o nome, ‘cadê o projeto?’. Por isso que eu disse: tem que ter nome e tem que ter projeto. Eu falo isso com tranquilidade, porque eu andei o Estado de Goiás todo em 2009 e continuei fazendo isso agora em 2011, em 2012, discutindo ideias para o nosso Estado. É o projeto Goiás de Todos Nós. Esse projeto Goiás de Todos Nós foi um projeto gestado na nossa visão, em sintonia com a direção do Partido no Estado; e que é um patrimônio do Partido. Nós recolhemos dados, informações importantes. Nós fomos para as regiões, fizemos seminários, nós fizemos debates não apenas com o PT, chamando prefeitos, vereadores, secretários, independentemente de partido político, ouvindo a realidade da região, recolhendo sugestões, levantando os problemas e as sugestões e o potencial de cada região. Tudo isso foi incorporado a um banco de dados do Partido dos Trabalhadores. Qual que é a nossa visão? É que nós precisamos trabalhar o Estado de Goiás numa visão de desenvolvimento que não seja apenas uma visão de desenvolvimento econômico. Quando se fala desenvolver Goiás, PIB, economia, tudo bem. Isso é importante? É. Desde que isso tenha impacto na vida das pessoas. É essa a diferença da administração de Anápolis. Anápolis é um sucesso na administração, por quê? Porque Anápolis, hoje, não tem apenas referencial da Capital Econômica de Goiás, como se falava antigamente, a referência do valor econômico. Não, nós transformamos a questão crescimento econômico em qualidade de vida para a população. Isso é o que nós chamamos no Partido dos Trabalhadores um projeto de desenvolvimento econômico e social para o Estado de Goiás. Esse pra mim é o eixo da nossa atuação e nosso programa para as eleições de 2014, no meu entendimento.
Assessoria de Comunicação: Transcrição e revisão de Felipe Homsi
Foto: Arquivo Mandato
Publicado originalmente no site http://www.rubensotoni.com.br/
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