Por Dayane Santos
Os desempregados brasileiros equivalem ao número de habitantes de Angola, que é 24,3 milhões, e é superior à população do Chile (18 milhões), Bolívia (11,4 milhões), Cuba (11,2 milhões) e Portugal (10,3 milhões).
A taxa, que é de 23,8%, leva em consideração a subutilização da força de trabalho e agrega os trabalhadores desempregados, aqueles que estão subocupados (por poucas horas trabalhadas) e os que fazem parte da força de trabalho potencial (não estão procurando emprego).
Segundo o IBGE, a taxa teve uma queda de apenas 0,3% em relação ao trimestre anterior. Em julho foram divulgados os resultados da Pnad Contínua que mostraram uma taxa de desemprego de 13%.
Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese, lembrou que a taxa de desocupação ficou em 13,7% no primeiro trimestre deste ano, e em 13% no segundo, sendo a primeira queda estatisticamente significativa desde 2014.
“O travamento da economia torna a situação de desemprego duradoura”, frisou Clemente, destacando que o tempo médio de procura por trabalho do brasileiro é de 60 semanas na Região Metropolitana de Salvador, 43 semanas na Região Metropolitana de São Paulo e 37 semanas na Região Metropolitana de Porto Alegre.
De acordo com a pesquisa do IBGE, quando é feita a análise dos dados por região, verifica-se que o Nordeste foi a região na qual o numero de desempregados aumentou. Pernambuco (18,8%) e Alagoas (17,8%) registraram as maiores taxas de desocupação no segundo trimestre de 2017 frente ao trimestre anterior.
“Em resumo, o desemprego estaciona, mas em elevados patamares, deixando como resultado o desalento diante de extenso e tortuoso tempo de procura para encontrar vagas precárias no setor informal [autônomos e assalariados sem carteira]”, explica o economista.
Segundo ele, o ritmo de fechamento de postos de trabalho diminuiu no primeiro semestre de 2017, com a economia no fundo do poço, após uma queda de mais de 9% do PIB per capita e mais de 14 milhões de desempregados, segundo o IBGE.
Domésticos
Ainda de acordo com a pesquisa, a população ocupada no segundo trimestre de 2017, estimada em 90,2 milhões de pessoas, possuía 68,0% de empregados (incluindo domésticos), 4,6% de empregadores, 24,9% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2,4% de trabalhadores familiares auxiliares.
Nas regiões Norte (31,8%) e Nordeste (29,8%), onde se registrou o maior índice de desempregados, o percentual de trabalhadores por conta própria era superior ao das demais regiões.
No segundo trimestre, 75,8% dos empregados do setor privado tinham carteira de trabalho assinada. Novamente, as regiões Nordeste (60,8%) e Norte (59,0%) tinham os menores índices.
Entre os trabalhadores domésticos, a pesquisa mostrou que 30,6% deles tinham carteira de trabalho assinada. No mesmo trimestre de 2016, essa proporção havia sido de 33,2%.
Efeito da reforma trabalhista
Como efeito direto da reforma trabalhista, que entra em vigor em novembro, o mercado de trabalho, já debilitado pela recessão econômica, será impactado pelas novas regras de contratação que precarizam o trabalho e reduzem direitos e devem elevar o número de subempregados.
“Os trabalhadores serão ainda mais pressionados pelo desemprego e, desesperados, submetidos à ‘livre escolha’ de aceitar os novos postos de trabalho precários, abrindo ‘livremente’ mão dos direitos”, salienta Clemente.
Portal Vermelho
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