Por Verônica Lugarini*
A sessão enalteceu o caráter histórico e político da UNE que desde 1937, quando foi criada, vem mostrando resistência e vitalidade na luta pela democracia e pelos direitos dos estudantes, principalmente em momentos antidemocráticos, como durante a ditadura militar e o golpe de Michel Temer em 2016.
Durante o seu discurso, a presidenta da UNE, Marianna Dias, destacou que a entidade nasceu da necessidade dos estudantes de terem uma entidade nacional que não falasse somente de educação, mas que se preocupasse também com o Brasil e com o mundo. Foi assim, que ela se configurou como uma instituição de 7 milhões de universitários.
Por meio da luta constante, a entidade já reúne conquistas e avanços para os jovens brasileiros, como a criação do ProUni, que garante bolsas em universidades particulares para estudantes de baixa renda, e o Reuni, programa de expansão das vagas em universidades públicas. Além das políticas do Fies e de cotas nas universidades.
“Somos a UNE da luta contra o nazifascismo, do Petróleo é Nosso, do CPC [Centro Popular de Cultura] e a UNE que combateu a ditadura militar e sangrou para que a democracia revivesse. Somos a UNE da democratização do Brasil, do Fora Collor, dos 10% do PIB para a educação e do Pré-Sal. Somos uma UNE de muitas vitórias”, disse Marianna Dias.
Já a vice-presidenta da entidade estudantil, Jessy Dayane, disse que em um momento de golpe no país é preciso mobilizar os estudantes e garantir a diversidade nas universidades, com a participação de pobres, negros, indígenas, quilombolas e LGBTs.
Governo ilegítimo
Diante do grave cenário político nacional, a sessão ganhou caráter de ato político pelo Fora Temer, em defesa dos direitos e pelas Diretas Já.
A entidade já vinha se manifestando duramente contra o governo federal, contra as reformas trabalhista e da previdência, defendendo a saída de Michel Temer om a convocação de novas eleições para reconstrução democracia nacional.
“Temos hoje a coragem de dizer que também somos a UNE do Fora Temer, que também somos a UNE que defende a soberania do nosso país e que clama por democracia e que resistirá sobretudo, para que a universidade pública continue sendo um patrimônio inegociável para o povo brasileiro e digo: não permitiremos que nenhum ataque seja feito sobre ela, nem cobrança de mensalidade, nem sucateamento ou projeto que visa a privatização porque um país que não respeita a sua universidade pública é um país que impede a juventude e o povo de sonhar e ter oportunidades. A universidade brasileira é o patrimônio do povo”, concluiu Marianna Dias.
Participações
Participaram da homenagem importantes atores na luta estudantil, como parlamentares de diversos partidos, representantes da sociedade civil e dos movimentos sociais.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), discursou durante o evento e frisou que a UNE é uma das mais tradicionais e importantes instituições que teve participação decisiva na vida nacional. O deputado também citou o verso do hino da UNE, escrito por Vinicius de Moraes e Carlos Lira que diz que a entidade reúne futuro e tradição.
“A universidade vive momentos duros e de risco a sua autonomia com o estrangulamento das instituições e tudo isso pode ser posto em cheque pela conjuntura [do país]. O ataque às universidades voltou agora com a possível perda da gratuidade, logo agora que estavam a se pintando de povo, de negros. Por isso, é tão importante renunciar a UNE, para que ela possa cumprir com sua missão histórica: de defender a democracia que sofreu um ataque e sustentar a universidade brasileira, colaborando para o desenvolvimento nacional”, disse Orlando Silva, que foi presidente da entidade em 1995.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) destacou o papel das mulheres na UNE que hoje, com presidenta e vice-presidenta, se mostram combativas e corajosas para ajudar a nação na recuperação da democracia que foi atingida por um golpe.
Portal Vermelho
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