Categories: Sem categoria

Na CCJ, base aliada sai em defesa de Temer com discurso envaziado

Spread the love

Agência Câmara

A denúncia ainda não entrou na pauta das reuniões da comissão e o presidente, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), deve convocar nos próximos dias uma sessão extraordinária para analisar a matéria. Mas o debate entre os membros da comissão já começou, o que revela que o governo está sentindo a pressão.

A tropa de choque do Planalto saiu em defesa de Temer com a mesma estratégia utilizada pelo governo de desqualificar o empresário Joesley Batista, dono da JBS, e atacar o procurador Rodrigo Janot. Ao mesmo tempo, dizem que Temer recebeu Joiesley porque se tratava de “um grande empresário”.

Além disso, a base do governo também exortou a defesa “da democracia e da Constituição”, tarefa esse que eles fizeram questão de rasgar para dar um golpe contra o mandato de Dilma. Na realidade, a tese do governo é que uma vitória nesse primeiro tempo da denúncia é fundamental para medir o apoio que Temer terá na última fase, que será o plenário. Ao que tudo indica, não será fácil.

Mexendo nas peças

O governo trocou algumas peças do tabuleiro. Integrantes da base governista passaram a integrar a CCJ, entre os quais, o vice-líder do governo, Carlos Marun (PMDB-MS), que era suplente. Na sessão, ele afirmou questionou as provas apresentadas no inquérito. “Nada existe ali nada que efetivamente comprometa o presidente. Esta é a realidade”, declarou.

O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) também questionou a ação da PGR e defendeu que a comissão deve rejeitar a denúncia. “Não é acabando com a instituição política, valorizando um procurador que beneficiou um criminoso [em referência ao empresário Joesley Batista que firmou acordo de colaboração premiada com a PGR], que nós vamos dar sequência a esta denúncia (….). Pela democracia, nós vamos rejeitar isso aqui”, declarou Perondi.

A oposição, por sua vez, solicitou que fosse seguido o mesmo rito adotado no impeachment de Dilma Rousseff. O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) protocolou um pedido na Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara argumentando que o artigo do regimento que trata do rito da denúncia tem lacunas e, por isso, a presidência da comissão poderia adotar providências semelhantes à tramitação do impeachment. “O quão mais parecido puder ser esse processo do impeachment, naquilo que o regimento não impedir, melhor. (…) Me parece que isso seria ideal para proteção da Casa”, disse Molon.

Temer tem pressa e os seus advogados já informaram deverão apresentar a defesa nesta quarta (5) na CCJ. No entanto, respeitando o rito, o relatório poderá ser apresentado e votado em duas semanas, se nada impedir o andamento.

“Se o governo sai derrotado em um colegiado pequeno, qual a garantia de que ele conseguirá segurar o plenário? Se a denúncia já sai com o selo de rejeitada do colegiado, o governo não corre grandes riscos em plenário, até porque ainda tem capital político para negociar”, afirmou Antônio Queiroz, do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).

O fator Geddel Vieira também está provocando prejuízos aos interesses de Temer e podem prejudicar o resultado que o governo espera.

O clima de abandono do barco é tanto, que até mesmo o presidente da CCJ, o deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), está na lista dos possíveis infiéis, apesar de pertencer à legenda de Temer.

Mas Temer está usando todas as suas cartas. Já ampliou a liberação de recursos de emendas parlamentares em junho. Enquanto nos primeiros cinco meses do ano o governo havia liberado R$ 959 milhões em emendas e restos a pagar para deputados e senadores, somente no mês de junho esse valor subiu para R$ 4,2 bilhões. No acumulado do ano, a cifra chega a R$ 5,2 bilhões, de acordo com levantamento feito pela agência Reuters.

Durante toda a terça-feira, Temer fez uma verdadeira maratona, recebendo 22 parlamentares, sendo a maioria integrantes da CCJ, em 13 horas.

Ainda de acordo com a Reuters, a lista dos parlamentares mais bem agraciados com recursos estão o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), com R$ 18,5 milhões, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), com 18,4 milhões de reais. O terceiro lugar em pagamento de emendas com R$ 17,7 milhões é o senador Cristovam Buarque (PPS-DF).

Portal Vermelho

Blog do Mamede

Recent Posts

STF condena mais 14 réus pelos atos antidemocráticos que recusaram acordo com o Ministério Público

STF condena mais 14 réus pelos atos antidemocráticos que recusaram acordo com o Ministério Público…

16 horas ago

Bolsonaro deve explicações ao Brasil, além de pagar pelos seus crimes

Nota: Bolsonaro deve explicações ao Brasil, além de pagar pelos seus crimes Punição para todos…

17 horas ago

20 de novembro: Um chamado à luta por espaços de poder e representatividade

20 de novembro: Um chamado à luta por espaços de poder e representatividade É essencial…

17 horas ago

Boletins de crimes raciais crescem 968,5% em SP, aponta relatório

Boletins de crimes raciais crescem 968,5% em SP, aponta relatório   Ouvidoria das Polícias estadual…

17 horas ago

Plano para assassinar Lula foi discutido na casa de Braga Netto, diz Cid

Plano para assassinar Lula foi discutido na casa de Braga Netto, diz Cid   PF…

17 horas ago

Mercado de trabalho, a evidente discriminação e desigualdade racial

Mercado de trabalho, a evidente discriminação e desigualdade racial   É preciso desenvolvimento com valorização…

17 horas ago