Cavalaria, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e letais foram usadas pelas forças policiais em um ataque indiscriminado para atenuar o impacto dos protestos desta quarta.
Após o ilegítimo Michel Temer mandar o exército reprimir a manifestação em um dia e voltar atrás em outro, nesta quinta-feira (25) foi a vez da Advocacia Geral da União (AGU) afirmar que vai responsabilizar as centrais sindicais pela violência provocada indiscriminadamente pelas forças policiais.
De outro lado, a unidade das centrais se mostra inabalável e em ascensão. Nesta sexta-feira (26), as entidades se reúnem para fazer um balanço da Marcha que, na opinião dos dirigentes, superou as expectativas.
Algumas declarações feitas à Agência Sindical após a Marcha mostram que o encontro entre os dirigentes nesta sexta pode avançar com a proposta de uma nova greve geral e também fortalecer a ideia das eleições diretas já, que são defendidas por diversas centrais.
O repúdio aos escândalos políticos e às reformas da Previdência e Trabalhista foram citadas por João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical. A insistência do governo em avançar com as reformas foi o motivo para o dirigente da Força renunciar nesta quinta-feira (25) à participação no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
“Tal decisão justifica-se pelo fato de o governo de Vossa Excelência ter optado pelo caminho de impor aos trabalhadores e aos brasileiros mais humildes o ônus dos ajustes econômicos e sociais representados pelas propostas de reforma trabalhista e da Previdência Social”, diz trecho da carta de Juruna a Temer.
Segundo o dirigente, a luta contra as reformas se fortalece entre os trabalhadores de todo o Brasil por isso a marcha teve características nacionais. “Participaram as mais variadas categorias profissionais, de todos os recantos do País. Cidades pequenas, médias, grandes e Capitais, todos vieram a Brasília se manifestar”.
Para Miguel Torres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNTM), o Ocupa Brasília fortalece a unidade e põe em debate nova greve geral. “A realização dessa greve une as Centrais e mantém o movimento na ofensiva. O repúdio às reformas e ao governo Temer é crescente em toda a sociedade”, avalia.
O coordenador do Fórum Sindical dos Trabalhadores, Artur Bueno de Camargo, destaca que o ato em Brasília amplia os resultados do dia 15 de março e da greve geral em dia 28 de abril. Ele afirmou: “As reformas têm de ser retiradas da pauta. Queremos dialogar, mas esse diálogo será mais efetivo com a base mobilizada”.
“Não vamos permitir que aprovem as reformas trabalhista e previdenciária. Esse é apenas o passo inicial da nossa luta para derrotar essas reformas. Fizemos uma grande mobilização e, agora, vamos organizar uma greve geral maior do que foi a do dia 28 de abril”, afirma Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) disse que o caminho para uma greve geral mais ampla está aberto e se consolida a cada dia. “Esse governo que aí está não tem legitimidade para querer fazer qualquer tipo de reforma, principalmente essas que agridem direitos dos trabalhadores”.
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) apontou que a luta deve ser ampliada para a base trabalhadora e outros setores sociais, sem abandonar as negociações. O líder ugetista observou: “A negociação com o Congresso é legítima e deve continuar, respeitando-se a diversidade de posições”.
Portal Vermelho
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