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Rentismo e seus porta-vozes já admitem desastre econômico de Temer

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Não há mais malabarismo que dê conta de esconder a realidade: houve queda dos serviços de do varejo, a indústria continua com desempenho ruim, dados do IBGE mostram o Produto Interno Bruto em queda e o desemprego em alta. É impossível ignorar o fato de que o país possui hoje 13,5 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho.

O Boletim Focus divulgado nesta segunda (10) reflete esse cenário. O relatório é elaborado semanalmente, com projeções para os principais indicadores da economia, feitas por cerca de cem representantes de instituições financeiras.

Nesta segunda, o documento mostra que a estimativa do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi reajustada para baixo. Se antes os participantes da sondagem tinham previsto um crescimento irrisório de 0,47% para 2017, agora a projeção é ainda pior: 0,41%.

Foi o maior recuo do ano, com queda de 0,06 ponto percentual. Há 4 semanas, a expectativa do “mercado” era de crescimento de 0,48%. Desde o início do ano, o indicador se mantinha entre 0,50% e 0,47%.

“A expectativa para a economia deste ano tem sido abalada por dados ruins de atividade, como a queda expressiva do varejo e dos serviços em janeiro, e o resultado fraco da indústria em fevereiro. A avaliação de analistas é que a retomada do crescimento deve ser mais lenta que o esperado”, escreveu nesta segunda o Valor Econômico.

Faltou dizer quem era exatamente que esperava um crescimento maior. Isso por que, para além dos porta-vozes do rentismo reverberados pela mídia tradicional, diversos economistas já vinham alertando para o fato de que as medidas de ajuste fiscal e desmonte do Estado anunciadas até então pelo governo Temer têm o efeito justamente de aprofundar a recessão. Algo que o correr dos dias só confirma.

A austeridade é vendida por Temer como a salvação para o país, sob o argumento de que é preciso equilibrar as contas públicas. Mas, até então, o discurso tem sido derrotado pela prática de cortes seletivos de recursos, que prejudicam a maioria da população, mas preservam os privilégios de poucos. E, mais que isso, não dão o resultado alardeado.

Na última semana, a gestão precisou revisar, para pior, as projeções para as contas públicas. Depois de admitir que o PIB não crescerá como havia divulgado e, portanto, a arrecadação projetada ficará no campo do sonho, foi preciso refazer as contas do Orçamento de 2017 e de 2018.

A receita encontrada pelos ministros da área econômica foi anunciar um contingenciamento de R$ 42 bilhões para manter a previsão de deficit de R$ 139 bilhões para este ano. Ou seja, insistir no mesmo veneno. Para o ano que vem, o governo elevou a previsão de déficit de R$ 79 bilhões para R$ 129 bilhões.

De acordo com o economista Nelson Marconi, ouvido por O Estado de S. Paulo, diante dos resultados da economia, não dá para ser otimista: “Não dá nem para dizer que há recuperação, mas uma estabilização num patamar baixo: estamos andando de lado no fundo do poço e, olhando para a frente, não há nada no cenário que mude isso”, disse ele.

Mesmo aqueles que apostavam no sucesso de Temer – por que fazem parte da pequeníssima elite que ganharia com medidas impopulares levadas adiante pela gestão ou mesmo por questões ideológicas -, já estão desanimados com a gestão econômica.

“O governo nunca fez ajuste de curto prazo, pelo contrário, até gastou mais e cobriu com o dinheiro da repatriação: o problema fiscal continua ali”, disse Monica de Bolle, economista ortodoxa e pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional. Ela já avalia que o país irá ter crescimento zero este ano.

Nem uma das maiores entusiastas da gestão Temer tem conseguido sustentar expectativas positivas. Em seu texto deste sábado (8), a colunista Miriam Leitão admitiu que a economia brasileira está parada, apesar do discurso do governo esperançoso de Meirelles.

“O primeiro trimestre chegou ao fim gerando um sentimento de frustração em vários empresários do país. Havia expectativa de uma recuperação mais forte no início do ano, com o crescimento do agronegócio alavancando outros setores. As condições de crédito são uma reclamação unânime, porque os bancos não estão repassando as reduções da Selic”, escreveu em O Globo, num texto recheado por queixas de empresários que veem seus negócios em queda.

Do Portal Vermelho

 

Blog do Mamede

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