Secretário de Eduardo Campos deixa o cargo após justificar estupros por PMs: “mulher gosta de farda”
Entrevistado pelo jornal sobre denúncias de abusos sexuais praticados por policiais, o secretário, que soma 30 anos de carreira nas polícias Civil e Federal, disse que “desvio de conduta tem em todo lugar” e que “mulher gosta de farda”.
“Desvio de conduta a gente tem em todo lugar. Tem na casa da gente, tem um irmão que é homossexual, tem outro que é ladrão, entendeu? Lógico que a homossexualidade não quer dizer bandidagem, mas foge ao padrão de comportamento da família brasileira tradicional. Então, em todo lugar tem alguma coisa errada, e a polícia… né? A linha em que a polícia anda, ela é muito tênue, não é?”, afirmou o secretário ao jornal.
Em outro momento da entrevista, o secretário diz que “mulher gosta de farda”.
“Elas às vezes até se acham porque estão com policial. O policial exerce um fascínio no dito sexo frágil. Eu não sei por que é que mulher gosta tanto de farda. Todo policial militar mais antigo tem duas famílias, tem uma amante, duas. É um negócio. Eu sou policial federal, feio para c…, a gente ia para Floresta [cidade do sertão] para esses lugares. Quando chegávamos lá, colocávamos o colete, as meninas ficavam tudo sassaricadas. Às vezes tinham namorado, às vezes eram mulheres casadas. Para ela é o máximo tá [sic] dando para um policial. Dentro da viatura, então, o fetiche vai lá em cima, é coisa de doido”, disse.
A repórter, sem citar casos concretos, perguntara ao secretário se há na ouvidoria da Policia Militar do Estado apuração de queixas contra supostos abusos sexuais por parte de policiais.
As declarações motivaram repúdio de entidades da sociedade civil e da oposição.
O OmbudsPE, observatório da mídia do Centro de Cultura Luiz Freire, em Olinda, publicou nota criticando o secretário, pedindo sua saída e chamando as declarações de machistas e homofóbicas. “O machismo institucional impregnado nas palavras do secretário é o mesmo que está presente na atuação da polícia. Assim, é conivente e legitima estupros, espancamentos e abusos cometidos por policiais nas noites do Recife”, disse o órgão.
Líder da oposição, o deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) classificou a entrevista como “quase inacreditável” e cobrou um pedido de desculpas. “Uma pérola de puro besteirol e desrespeito’, disse.
Em nota em que anunciou a saída do governo, Damázio disse que as declarações não representam seu “pensamento nem visão do mundo”. Disse que falou “em tom de brincadeira de conversações informais”, durante intervalos da entrevista, e reconhece o uso de termos “inapropriados e inadequados”.
No começo da noite, o governo de Pernambuco informou que o governador Eduardo Campos (PSB) aceitou o pedido de demissão e designou o secretário-executivo da pasta, Alessandro Carvalho, para responder pela secretaria. Informações da Folha
O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, deixou o cargo nesta quinta-feira (19), após repercussão negativa de entrevista ao “Jornal do Commercio”, do Recife.
Publicado originalmente no Blog Amigos do Presidente
STF condena mais 14 réus pelos atos antidemocráticos que recusaram acordo com o Ministério Público…
Nota: Bolsonaro deve explicações ao Brasil, além de pagar pelos seus crimes Punição para todos…
20 de novembro: Um chamado à luta por espaços de poder e representatividade É essencial…
Boletins de crimes raciais crescem 968,5% em SP, aponta relatório Ouvidoria das Polícias estadual…
Plano para assassinar Lula foi discutido na casa de Braga Netto, diz Cid PF…
Mercado de trabalho, a evidente discriminação e desigualdade racial É preciso desenvolvimento com valorização…