Por Railídia Carvalho
O balanço de desempregados em 2016 atingiu, em média, 11,8 milhões de pessoas, o maior desde o início da pesquisa em 2012. Em 2015 o número de desempregados era de 8,6 milhões em média. Também bateu recorde a taxa de desemprego do ano passado, que ficou em 11,5% enquanto em 2015 o percentual foi de 8,5%.
O aumento dos percentuais permanece quando se compara os números entre o terceiro e quarto trimestre de 2016. Este último registrou, segundo a Pnad, 12,3 milhões de desempregados. Um aumento de 2,7% se comparado ao terceiro trimestre do ano passado.
“Os recursos que são para pagar dívida deveriam ser direcionados para política de transferência de renda. O baixo investimento na indústria é uma opção de governo, que ao não investir no crescimento, na produção e no emprego deu uma guinada de 180 graus no país e ai consequentemente o desemprego aumenta”, completou Rogério.
Discurso enganador
Na opinião do secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, o que gera emprego é investimento na produção. “Ficar dizendo que a reforma da previdência e a trabalhista vai melhorar emprego é um discurso meio enganador”, enfatizou.
Apesar de admitir que a recente medida de redução de juros foi um passo positivo, Juruna criticou a demora na implementação, considerando que a redução leva pelo menos 6 meses para surtir efeito no mercado de trabalho.
Ele reforçou a necessidade de se investir em infraestrutura e em obras de habitação para aumentar o emprego. “É fundamental o investimento social do ponto de vista da habitação. A gente está vendo os conflitos nas cidades por moradia”, completou o dirigente da Força.
Governo omisso
“A maioria das centrais está propondo que haja inversão de prioridades do governo, que insiste em financiar a privatização quando deveria financiar a industrial nacional, as pequenas e médias empresas também. A própria Lava Jato penaliza a empresa e não apenas o gestor. Tem que investigar o corruptor e não a empresa porque vai causar danos aos trabalhadores”, opinou Rogério.
Em recente matéria publicada no Portal Vermelho, o presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), o engenheiro civil e sanitarista Clovis Nascimento, afirmou que a Lava Jato em vez de punir os responsáveis promove a destruição das empresas.
“Obviamente que todas as pessoas corruptas devem ser exemplarmente punidas, mas destruir toda uma empresa é uma tragédia para o país, para a engenharia nacional e para toda a produção tecnológica”, destacou Clóvis.
Acordo de leniência
Na opinião do presidente da CTB, Adilson Araújo, a retomada de investimentos no país passa pela regulamentação do acordo de leniência previsto no Projeto de Lei nº 3636/2015 que aguarda ir à votação na Câmara dos Deputados.
As centrais de trabalhadores reivindicaram ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que seja acelerada a tramitação do PL. Em nota, os dirigentes das centrais afirmaram que o acordo servirá para impedir o avanço do desemprego além de sinalizar para a retomada do crescimento.
De novembro de 2014 até junho do ano passado, o setor da construção civil, que é um indutor de emprego e renda, demitiu mais de 700 mil pessoas com carteira assinada. Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo de meados de 2016 constatou que 5 mil obras estão paralisadas no Brasil inteiro. Os investimentos públicos somam R$ 15 bilhões.
Ciclo da economia
Quem não faz parte da estatística, vive em clima de apreensão. “Esse é o sentimento que percebemos nas conversas nos sindicatos. Cria-se um clima desfavorável para a economia: o trabalhador não quer gastar porque não sabe o dia de amanhã. Não gasta e a economia não roda. Cria um ciclo vicioso. Sem projeto, sem alternativa. Infelizmente esse governo não dá nenhuma esperança”, ressaltou Rogério.
A defesa de políticas que gerem emprego é dos temas que unificam as centrais, assim como as reformas trabalhista e da Previdência Social. Está última será tema do seminário “Reforma da Previdência Social – Desafios e Ação Sindical”, que será realizado pelo conjunto das centrais e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) nos dias 7 e 8 de fevereiro na cidade de São Paulo.
“A participação do trabalhador nas mobilizações das centrais é importante para pressionar o governo para que retome os investimentos e as obras paralisadas. O trabalhador e a trabalhadora têm sido os mais penalizados pela crise e pelas medidas de ajuste deste governo”, finalizou Rogério.
Portal Vermelho
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