O deputado Henrique Alves (PMDB-RN) é o presidente da Câmara dos Deputados. O deputado Márcio Bittar (PSDB-AC) é o primeiro-secretário, que cuida da parte administrativa, inclusive da polícia Legislativa. Qual dos dois está mandando baixar o porrete em trabalhadores que lutam por seus direitos legítimos de forma pacífica?
Do portal da CUT, Escrito por: Luiz Carvalho
A Câmara dos Deputados, supostamente, a Casa do Povo, deu uma vergonhosa demonstração de incapacidade para lidar com os movimentos sociais na tarde desta terça-feira (3).
Uma manifestação pacífica da CUT contra a PL das terceirizações, com cerca de três mil pessoas, foi recebida pelas polícias legislativa, militar e o batalhão de choque com spray de pimenta, arma de choque e cassetetes. Dezenas de trabalhadores foram agredidos e alguns tiveram ferimentos leves.
Para a dirigente, a polícia legislativa demonstrou um claro despreparo. “Trabalhador não se recebe dessa forma. Era a vida da classe trabalhadora sendo discutida lá dentro e deveria haver alguém para negociar e evitar esse tumulto.”
Segundo o presidente da CUT-DF, Rodrigo Britto, a confusão começou quando um soldado da polícia legislativa atirou uma bomba de gás nos trabalhadores que queiram participar da sessão da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), que poderia votar hoje o PL 4330/2004.
O dirigente foi agredido com golpes de cassetete na altura do quadril e no rosto e um carro de som da CUT-DF, popularmente conhecido como “pipoqueira”, também foi destruído.
De acordo com Britto, a restrição ao acesso da Central à CCJC não é recente. “Não é de hoje que, se você vai à Câmara com camiseta da CUT, acaba proibido de entrar.”
Secretário de Finanças da CUT-SP, Renato Zulato, também teve a mão machucada por um cassetete quando tentou proteger o rosto. Para ele, os policiais demonstraram total despreparo para lidar com a situação. “Parecia a polícia treinada pela ditadura, que não dialogava. Fecharam a entrada em todos os anexos e não podia entrar ninguém. Mas não vamos desistir, enfrentamos a ditadura, não deixaremos de lutar por nossos direitos e amanhã de manhã voltaremos para cá novamente”, disse.
“Por que os trabalhadores não podem entrar e os empresários têm livre acesso à Câmara”, questionou.
Ele refere-se a uma manifestação no dia 14 de agosto, quando militantes contratados por empresários puderam entrar na CCJC para defender o projeto e, da mesma forma que hoje, militantes cutistas foram barrados. Clique aqui para saber mais.
Ainda com os olhos, boca e nariz ardendo devido ao efeito do gás pimenta, o dirigente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Ari de Souza, mostrava perplexididade com a reação dos responsáveis pela segurança pública
“A Casa exerceu uma papel muito ruim, um ataque à democracia. A Casa não é do povo? Como, se estão fechando as portas?”, lamentou.
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