Uma rebelião deflagrada na tarde de ontem (12) no presídio de Catalão, mais precisamente a partir das 15h30, mobilizou a polícia local e também apoio da 4ª Regional Sudeste do GORE – Grupo de Operações Regional do Sistema Prisional do Estado de Goiás.
A chegada de um suspeito de estupro e assassinato teria começado o tumulto e os policiais tiveram que agir com veemência, utilizando até balas de borracha para conter a ira dos presidiários que com pedaços de pau, lanças, espadas artesanais e outros, estavam à procura de Dionecésar Costa Silva, principal suspeito de ter violentado e matado de maneira brutal, no dia 8 de dezembro, Yasmim de Souza e Silva, de 8 anos. O corpo da garota foi encontrado no dia seguinte por pedreiros de uma casa em construção na Rua 2017, no bairro Paineiras.
Na tentativa de reprimir a ação dos detentos e evitar que a situação fugisse do controle, policiais entraram em confronto com os internos o que acabou saudando dois presos feridos e um agente prisional atingido por um objeto metálico no supercílio esquerdo. Todos passaram por cuidados médicos e não correm maiores riscos.
O acusado foi retirado da cela em que estava e que é ocupada por condenados ao crime de estupro, para ser levado a uma viatura policial no estacionamento interno da unidade prisional, por medida de prevenção à sua integridade física.
Dezenas de PMs se prestaram a garantir a segurança de todos dentro do presídio, como também do lado de fora, onde várias pessoas, revoltadas com a barbárie e com sede de justiça, acompanhavam o desenrolar dos fatos.
O Juiz Criminal da Comarca de Catalão, Dr. André Luiz Novaes Miguel, esteve no local durante o ponto mais crítico e contou que a iniciativa dos presos em capturar o novo colega é injustificável, uma vez que Dionecésar ainda é tratado como suspeito do assassinato. “Eles queriam de todo modo fazer o tumulto, tirar a vida de alguém que ainda não é visto como culpado. Diante disso, tentamos transferi-lo para outra unidade prisional do estado, mas ninguém quis recebe-lo. Os agentes prisionais devem buscar um local adequado para esse detento para sua própria segurança”. André Luiz disse ainda que dois presidiários foram mesmo feridos, mas rapidamente receberam atendimento médico. Ele acrescentou ainda que não entende a comoção popular em querer o linchamento do suspeito, “uma vez que justiça não se faz assim”, ressaltou.
O diretor da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal, Leopoldo de Castro Coelho, também falou à imprensa e contou que ao adentrar no presídio com a equipe de apoio, a tarefa principal foi controlar o motim que estava muito forte e garantir a segurança de todos. “Não afirmo a suspeita de vocês [repórteres] que isso possa ter se acarretado pela presença de Dionecésar na unidade. Uma sindicância ira apurar o que realmente motivou essa situação”. Ele lamentou que alguns elementos tenham se ferido na ação da polícia e acrescentou também que várias armas artesanais foram apreendidas e que a estrutura física do presídio, em algumas partes, foi muito danificada.
A rebelião durou cerca de três horas e exame específico, de material genético, poderá concluir se o acusado é ou não o responsável pelo estupro e assassinato da menina, o que deve ser divulgado dentro de algumas semanas.
Por: Gustavo Vieira
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