Alvo da Operação Saqueador da Polícia Federal, Fernando Cavendish, dono da construtora Delta Engenharia, negocia um acordo de delação premiada em que pretende detalhar pagamentos de propinas a políticos do PMDB e do PSDB, incluindo o senador Aloysio Nunes (PSDB), líder do governo Temer, e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral. A informação é de reportagem no Estado de S.Paulo.
Os repasses seriam referentes a obras nos governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás, além de estatais federais, como a Petrobras e o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes).
“Na proposta, em forma de anexos, entregue aos procuradores do Ministério Público Federal do Rio e à Procuradoria Geral da República, Cavendish, ao tratar de São Paulo, cita pagamentos indevidos que seriam destinados ao senador tucano Aloysio Nunes Ferreiras (SP), segundo fontes com aceso às negociações ouvidas pelo Estado.
A empreiteira integrou o consórcio responsável por um dos lotes da obra de ampliação da Marginal Tietê alvo de denúncia no Ministério Público de São Paulo. A investigação apura o pagamento de um aditivo de R$ 71 milhões à Delta que teria sido repassado a empresas de fachada em nome do operador Adir Assad, alvo da Operação Lava Jato.
No anexo sobre o Rio, segundo apontam fontes ouvidas pelo Estado, Cavendish detalha sua relação com o ex-governador do Estado Sérgio Cabral (PMDB) e desvios praticados para obter contratos de obras, como a reforma do Estádio do Maracanã, do Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca, realizado com dispensa de licitação, e da transposição do Rio Turvo. À época da Operação Monte Carlo, quando surgiram pela primeira vez suspeitas sobre a relação de Cavendish e Cabral, o ex-governador Anthony Garotinho che
Cavendish também apontou supostos desvios em contratos no governo do tucano Marconi Perillo.
A Justiça determinou a prisão de Cavendish em 30 de junho. Em agosto, o empresário passou para o regime de prisão domiciliar. Juntamente comm outros empresários, ele foi denunciado na Operação Saqueador, relacionado a um esquema de lavagem de dinheiro de R$ 370 milhões.”
Brasil 247
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