“Fiquei sabendo agora que o juiz Moro aceitou a denúncia contra mim, mesmo a denúncia sendo uma farsa, uma grande mentira, um grande show de pirotecnia nesse país. De qualquer forma, como eu acredito na Justiça, tenho bons advogados, vamos brigar para ver o que dá. A verdade é essa: vamos continuar lutando para que Brasil conquiste a democracia e que o povo brasileiro volte a ter orgulho de ser brasileiro, porque nós somos brasileiros e não desistimos nunca”, disse Lula.
O ex-presidente chamou os autores da denúncia – criticada pela ausência de provas – de irresponsáveis. E declarou que não quer privilégios, apenas a verdade. “Se alguém apresentar uma prova, não estou pedindo duas, apenas uma prova contra mim, quero ser julgado como qualquer cidadão brasileiro. Não quero nenhum privilégio. Mas não quero mentira. Não quero falsidade. Não posso aceitar que algumas pessoas façam o que estão fazendo”, discursou.
Lula afirmou que as “coisas estão funcionando de forma tão absurda, que dois dias após o impeachment da presidenta Dilma ser votado no Senado eles mudaram a lei”. A referência é ao fato de o governo de Michel Temer ter sancionado uma lei que que flexibiliza as regras para abertura de créditos suplementares sem necessidade de autorização do Congresso. Trata-se do mesmo tema utilizado para cassar o mandato da presidenta.
“Sou um profundo respeitador da instituição Ministério Público e sou profundo respeitador da tese de todos são iguais perante a lei”, disse Lula. Mas, segundo ele, no Brasil de hoje, o que menos importa é a verdade e vale a “construção da versão” com a ajuda da mídia. “Eu conto uma versão, essa versão se torna manchete de jornal, a manchete de jornal é manipulada para a televisão, e aí a pessoa, independentemente de ser inocente, essa pessoa passa a ser condenada pela opinião pública”, criticou.
O ex-presidente resgatou algumas de seus conquistas à frente do governo para dizer que a situação na qual se encontra só lhe anima a fazer mais. “Sou responsável pela criação do maior partido de esquerda da América Latina, pela inclusão social, sou responsável e quero ser responsável por transformar a Petrobras na segunda maior empresa de petróleo do mundo. (…) Sou responsável por fazer o Brasil ser respeitado nos EUA e no mundo. Sou responsável por ter contribuído para que o povo mais humilde desse país aprendesse a andar de cabeça erguida com orgulho de ser brasileiro. Se por isso tiver que ser condenado, não tem problema. O que está acontecendo no Brasil não me abala. Apenas me motiva a andar muito mais, a falar muito mais, a gritar muito mais”, afirmou.
O ex-presidente desafiou seus acusadores a encontrarem um empresário para falar que ele cometeu crime. “Eu duvido que tenha empresário minimamente sério neste país que tenha coragem de dizer que o Lula pediu um dólar para ele.”
A fala de Lula foi transmitida por teleconferência, na qual ele se dirigiu a sindicalistas, juristas e defensores de direitos humanos reunidos em Nova York. A Confederação Sindical Internacional (CSI), que organizou o evento, representa 162 milhões de trabalhadores sindicalizados em 180 países.
O ex-presidente brasileiro arracou aplausos da plateia, ao afirmar que talvez seja “um intruso na história republicana do país”, uma vez que “não estava previsto na sociologia um operário metalúrgico se tornar presidente do Brasil”, “tirar 36 milhões de pessoas da miséria” e “criar mecanismos legais que colocassem fim à corrupção”.
Confira o vídeo de sua fala:
Portal Vermelho
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