O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal reagiu duramente à capa de Veja desta semana, que colocou seu colega Dias Toffoli na capa sem que contra ele pese qualquer acusação consistente (saiba mais em
Juristas detonam baixaria de Veja contra Toffoli).
Na fala, ele fez duras críticas à força-tarefa da Lava Jato. “Eles estão defendendo até a validação de provas obtidas de forma ilícita, desde que de boa-fé. O que isso significa? Que pode haver tortura feita de boa-fé para obter confissão? E que ela deve ser validada?”, questionou.
Essa tese de validação das provas obtidas de forma ilícita foi defendida pelo juiz Sergio Moro.
Gilmar também acusou o Ministério Público de “delírios totalitários” e práticas “absolutistas”. “Já estamos nos avizinhando do terreno perigoso de delírios totalitários. Me parece que [os procuradores da Lava Jato] estão possuídos de um tipo de teoria absolutista de combate ao crime a qualquer preço”.
O ministro também disse que Toffoli pode ter sido alvo do Ministério Público por contrariar interesses. “Não é de se excluir que isso esteja num contexto em que os próprios investigadores tentam induzir os delatores a darem a resposta desejada ou almejada contra pessoas que, no entendimento deles, estejam contrariando seus interesses”.
Quando Toffoli decidiu soltar o ex-minstro Paulo Bernardo, foi alvo de procuradores, que, em artigo, o acusaram de dar “um duplo twist carpado”.
Diante da polêmica, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, suspendeu a delação premiada da OAS.
Brasil 247