Vendido pelos meios de comunicação e pelo empresariado como o salvador da Pátria, o presidente interino Michel Temer vê aumentar a imagem negativa da agenda anti-popular imposta aos brasileiros. Segundo pesquisa da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Instituto Vox Populi 77% dos entrevistados consideram a proposta de reforma da Previdência do governo interino prejudicial aos trabalhadores e aos mais pobres.
Christian Braga/Jornalistas Livres Manifestantes saem às ruas no dia 10 contra o governo Temer. Mobilização em São Paulo.
A avaliação do governo de Temer é considerada negativa por 34% dos entrevistados. São 33% os que consideram o governo regular e 11% avaliam como positivo. 21% não souberam responder.
O aumento na idade para aposentadoria é considerado por 77% como ruim para os brasileiros, que também não estão satisfeitos com a diminuição de ministérios (46%) e com o fato de o governo não ter mulheres no chamado alto escalão (63%).
Se por um lado cresce a rejeição às medidas do governo Temer, de outro, aumenta o número de pessoas que desaprovam o impeachment da presidenta Dilma Rousseff como solução para os problemas do Brasil.
69% dos brasileiros não vêem o impeachment como a melhor saída. Os números mostram que essa posição ganhou adeptos em relação à pesquisa de abril, que registrou um percentual de 66% descrentes de que o afastamento definitivo de Dilma resolveria os problemas econômicos.
Diante deste cenário de falta de perspectivas revelado pela pesquisa, a possibilidade de uma nova eleição para presidente da República, ainda neste ano, se mostra como a opção para 67% dos entrevistados. 29% não concordam com uma nova eleição e 4% não sabem ou não responderam.
Sempre pode ficar pior
Em um mês como presidente interino, Michel Temer confirmou o título de governo ilegítimo e golpista. A imposição de uma agenda de desmonte das conquistas sociais e direitos trabalhistas, com efeitos trágicos nas parcelas mais pobres da população, não passou despercebida. Mesmo assim provocou espanto.
32% dos entrevistados afirmaram que o governo Temer é pior do que esperavam. 16% ainda o consideram tão ruim quanto achavam que seria e o mesmo percentual o classificou como melhor do que esperavam. 7% consideram o governo provisório tão bom quanto as expectativas e 29% não souberam ou não responderam.
Desmonte das conquistas sociais e trabalhistas
O governo Temer esboça a cada dia a falta de compromisso com as conquistas sociais e com a defesa de um projeto político neoliberal, aliado dos grandes empresários e banqueiros. Não à toa, o governo provisório coleciona em 30 dias cortes em programas de educação, saúde, moradia e apoio à projetos de lei como o que quebra o monopólio do Pré-sal e entrega para empresas estrangeiras.
50% dos entrevistados consideram ruim a quebra do monopólio do Pré-Sal. A mesma avaliação é feita pelos entrevistados quando questionados sobre o aumento da privatização de empresas e de concessões de rodovias e aeroportos. A resposta para a avaliação é porque essas iniciativas prejudicam o Brasil.
Temer e sua equipe também abrem o caminho, apoiado pelo empresariado brasileiro que financiou o golpe, para a fragilização da legislação trabalhista brasileira enfraquecendo os direitos e a dignidade dos trabalhadores.
Se na pesquisa anterior, aqueles que acreditavam que a conta ficaria nas contas do trabalhador era de 32%, no levantamento desta terça o percentual aumentou para 55%. Para esses a violação aos direitos dos trabalhadores vai se agravar.
A pesquisa foi realizada entre os dias 7 e 9 de junho e ouviu duas mil pessoas em 116 municípios. Os entrevistados foram brasileiros, de áreas urbanas e rurais, com mais de 16 anos, residentes em todos os Estados do país, com exceção de Roraima e do Distrito Federal.
Clique aqui para conferir a pesquisa na íntegra.
Portal Vermelho