O período intermediário entre uma safra e outra, conhecido como entressafra, quando a estiagem castiga os pequenos produtores, normalmente causa elevação no valor dos produtos, justamente por causa da queda na produção. Nesta época do ano, as vacas-leiteiras têm seu alimento natural reduzido. Assim, a produção fica desfavorecida e mais cara.
Já no término do ano e passado o período de escassez das chuvas, outros problemas tendem a incomodar os produtores de leite, especialmente da região sudeste de Goiás. O presidente da Cooperativa Agropecuária de Catalão (Coacal), Carlos Henrique Arruda Duarte, disse que agora a situação que dificulta a vida do ruralista é justamente a quantidade de leite produzida e seu baixo custo devido à concorrência no ramo e a regular demanda pelo produto.
Depois de subir com força no correr de todo este ano, o preço do leite pago ao produtor em outubro registrou estabilidade, considerando-se a “média nacional” do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Em alguns estados, no entanto, os preços chegaram a cair pela primeira vez em 2013. O preço médio bruto nacional (que inclui frete e impostos) foi de R$ 1,1178/litro em outubro, ligeiramente superior ao do mês anterior (0,15%), mas expressivos 20,6% acima da média verificada em outubro de 2012, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro/13). Quanto ao preço líquido médio (sem frete e impostos), foi de R$ 1,0390/litro em outubro, alta de 0,12% frente ao anterior. Estas médias, calculadas pelo Cepea, são ponderadas pelo volume captado em setembro nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA.
“Esse ano (2013) pode ter sido o melhor da história para a produção de leite no Brasil. As chuvas aumentaram e vários outros fatores contribuíram para esse resultado. Saímos de uma situação em que muitos produtores de leite queriam abandonar a atividade, por dificuldade em se manter no negócio. Agora, a luta é competir com os grandes produtores que conseguem repassar o leite a custos baixíssimos, e tendo o pequeno produtor que acompanhar isso, ele lucra menos e acaba por se deparar com outra péssima situação”, explicou Duarte.
Para obter lucros consideráveis e manter-se nesse mercado o pequeno produtor, segundo Arruda, se vê obrigado a produzir quantidades enormes de leite e a repassá-los a preços abaixo do cotado. “Com as quedas dos últimos meses, por aqui, o produtor chega a repassar o litro do leite à R$ 0,70, sendo que seu custo operacional beira R$ 0,60; ou seja, no mínimo, o lucro por litro é de R$ 0,10”, disse.
Como a quantidade de leite produzido vem subindo sem controle no país, é estimado para esse ano mais de 34 bilhões de litros, superando qualquer outra marca alcançada anteriormente, contou Arruda.
Minas Gerais é o principal estado produtor de leite e continua líder no número de fazendas, tendo participação de 41%. O Paraná mantém firme a segunda posição, com 19% das propriedades. Goiás foi o estado que apresentou maior aumento no número de produtores da listagem saltando de 8 para 12, um aumento de 50%. São Paulo continua sendo responsável por 3 dos 5 maiores produtores do país, embora tenha, ao longo dos anos, perdido produtores na listagem (em 2001, respondia por 29% contra 10% nesse ano). Também é a primeira vez que Goiás aparece à frente de São Paulo na pesquisa.
Por: Gustavo Vieira
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