“Eu, pessoalmente, entreguei R$ 4 milhões”, disse ele, aos integrantes do Conselho de Ética nesta terça. Na delação premiada, Baiano disse que Cunha recebeu propina do esquema de corrupção na Petrobras recebendo entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão em espécie entregues no escritório de Cunha.
Ele disse também que o peemedebista foi o beneficiário dos US$ 5 milhões para viabilizar a contratação de navios sondas, como disse o empresário Júlio Camargo, também delator da operação. O lobista disse, porém, não ter conhecimento de que o peemedebista tenha contas bancárias no exterior.
O início da sessão foi tumultuado. Ao abrir a sessão, o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), informou que o depoimento seria fechado, a pedido da defesa de Baiano, o que provocou a reação de parlamentares. Houve bate boca e tumulto na sessão e algumas pessoas foram retiradas da sala.
O relator do processo, Marcos Rogério (DEM-RO), disse que a sessão aberta poderá acarretar no pedido da defesa de Cunha para invalidar as provas. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) defendeu a reunião reservada. “Pode ser que Cunha requeira a nulidade do depoimento e depois vão dizer que a gente está querendo protelar o andamento dos trabalhos. Então é preferível fazer logo a reunião reservada para evitar problemas futuros”, defendeu.
Para o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), a reunião ser aberta não prejudica o processo. “Não há aqui qualquer desvio da lei. O colegiado deliberou que a sessão é aberta, qualquer cidadão pode entrar e ouvir este depoimento, mas o que está proibido é a produção de imagens do depoente. E quem o fizer desrespeitará a lei, mas isto não contamina o processo no Conselho de Ética”, defendeu.
Após muito debate, os parlamentares decidiram que o depoimento seria transformado em uma sessão aberta, mas sem a possibilidade de ser filmado ou fotografado.
A comissão trata do pedido de cassação do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, eleito pelo PMDB do Rio. O deputado é acusado de quebra do decoro parlamentar por ter mentido à CPI da Petrobras, afirmando que não tinha contas bancárias no exterior. A versão dele foi contestada pelo Ministério Público da Suíça, que enviou ao Brasil documentos atestando a existência de contas em nome de Cunha e de familiares dele.
Portal Vermelho
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