Por Dayane Santos
Durante pronunciamento à imprensa na sexta (4), logo após ter sido conduzido coercitivamente para depor, Lula afirmou: “Antigamente você tinha a denúncia de um crime, ia investigar se existia e prender o criminoso. Hoje a primeira coisa que se faz é determinar quem é o criminoso”.
De fato, parece ser essa a conduta dos investigadores. Segundo a Folha, os procuradores acreditam que “Lula pode ser acusado de improbidade caso fique comprovado que empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras pagaram custos de obras do sítio frequentado por ele em Atibaia (SP) no final de 2010, quando ainda era presidente, para beneficiá-lo ilegalmente”. Ou seja, escolhe quem é o criminoso e depois aponta o crime.
Os procuradores insistem em manter essa suspeita mesmo depois que o empresário Fernando Bittar, proprietário do sítio em Atibaia (SP) frequentado por Lula e sua família, apresentar os comprovantes de pagamento das obras feitas pela Construtora Rodrigues do Prado, que não é investigada pela Lava Jato.
O advogado da empresa, José Pedro Said Junior, nega que o pagamento do trabalho tenha sido feito pela Odebrecht e afirma que a participação da empreiteira limitou-se a um pedido de orçamento feito pelo seu engenheiro Frederico Barbosa. Como o valor foi superior aos demais, a empresa foi descartada.
Segundo o advogado, foi um representante de Bittar o executor dos pagamentos relativos à obra. “Inclusive, a nota [fiscal] foi emitida em nome Fernando Bittar”, disse Said Junior.
Apesar disso, os procuradores e a grande mídia insistem na tese de irregularidades e afirmam que, em depoimento, uma ex-proprietária de um pequeno depósito de construção em Atibaia ouviu dizer que a obra foi feita pela Odebrecht.
Lula salientou que o fundamento dessas ações está longe de uma investigação para apurar possíveis ilícitos, pois, segundo ele, a principal motivação dessas operações é o inconformismo com a vitória da presidenta Dilma Rousseff em 2014.
“Deixei a Presidência e achei que tinha cumprido com a minha tarefa. Ao eleger a Dilma achei que tinha consagrado minha tarefa. Mas desde o dia 26 de outubro de 2014 não permitem que a Dilma governe esse país”, frisou.
“Eu sou um homem que acredito em instituições de Estado forte. Estado forte é a garantia do estado democrático. E desde a Constituinte briguei para ter um Ministério Público forte. Mas é importante que os procuradores saibam que uma instituição forte tem que ter pessoas responsáveis”, acrescentou.
Portal Vermelho
STF condena mais 14 réus pelos atos antidemocráticos que recusaram acordo com o Ministério Público…
Nota: Bolsonaro deve explicações ao Brasil, além de pagar pelos seus crimes Punição para todos…
20 de novembro: Um chamado à luta por espaços de poder e representatividade É essencial…
Boletins de crimes raciais crescem 968,5% em SP, aponta relatório Ouvidoria das Polícias estadual…
Plano para assassinar Lula foi discutido na casa de Braga Netto, diz Cid PF…
Mercado de trabalho, a evidente discriminação e desigualdade racial É preciso desenvolvimento com valorização…