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Tirar ou não tirar a CNH? Eis a questão

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A Caixa Econômica Federal anunciou no fim de janeiro que vai disponibilizar R$ 500 milhões para financiamento de simuladores de direção veicular aos Centros de Formação de Condutores (CFCs).

O equipamento poderá ser financiado em até 48 meses, com cartão BNDES, ou por meio da linha Caixa BCD (Bens de Consumo Duráveis), com juros a partir de 2% ao mês, sendo até 90% do valor em até 60 meses, incluído o prazo de carência, que pode chegar a 6 meses.

Desde o início do ano, aulas com o simulador de direção passaram a ser obrigatórias para quem quer tirar carteira de habilitação para dirigir carro (a CNH do tipo B). Ao todo, são necessárias 25 horas ao volante para tirar a carteira de motorista na categoria B. A carga horária aumentou em 5 horas no ano passado, também por determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Para Donizete Alves, dono de autoescola e presidente da União das Autoescolas de Catalão, a medida é uma imposição desnecessária e pouco eficaz na formação dos condutores. “Aulas práticas são muito melhores. Isso aqui é uma espécie de videogame e muitos duvidam dele, reclamam até terminar as aulas com dores de cabeça e tontura. Outra coisa é o preço do produto que gira em torno de 45 mil reais. Muitos CFCs (Centro de Formação de Condutores) não têm condições de tê-lo, além que do que a manutenção mensal do equipamento – mecânica e computadoriza – custa aproximadamente R$ 1.700,00. Eu não tenho condições”, reforça.

Donizete conta que está buscando adquirir o simulador através de comodato para todas as autoescolas de Catalão, e que esse seria o único meio viável no momento. “Até mesmo o Detran de Goiás pediu a prorrogação da exigência por alegar não ter condições de fiscalizar todas as autoescolas do estado, então vejo mais dificuldade nisso aí do que melhorias”. Ele não deu detalhes do negócio e nem quando conseguirá o simulador.

O empresário comparou a exigência a medidas anteriores do governo e que não foram para frente, como a necessidade do extintor de incêndio nos automóveis, os chips nas placas dos veículos e o kit de primeiros socorros, entre outros.

O uso do simulador deveria ter se tornado obrigatório para a categoria B em 2013, mas em junho de 2014, o Contran decidiu que o uso do simulador seria opcional no Acre, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Sul.

Quase um ano depois o órgão voltou atrás e anunciou que o simulador seria obrigatório em todo o país a partir de 1º de janeiro deste ano, e afirma que qualquer CNH obtida após exames práticos realizados neste ano e sem que o aluno tenha feito aulas no simulador estará irregular.

Só que os donos de autoescolas de Goiás conseguiram na Justiça – mais uma vez – prorrogar essa data limite para mais 180 dias, a contar de 1º de janeiro, para adequação às determinações. Com isso, nenhum processo novo ou em andamento para tirar a CNH pode ser invalidado. “O interessado pode dar entrada no processo sem nenhum problema”, conclui Donizete.

Por: Gustavo Vieira

Blog do Mamede

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