“O impeachment que tentaram impor ao Getúlio é um prenúncio do que está acontecendo hoje no Brasil. A tentativa de construir não um caminho em que nós tenhamos uma situação em que um governo pode ser julgado, sim, e deve, pode ser julgado, sim. Mas um governo não pode ser objeto de um golpe por razões que eles chamam de políticas, que não são relativas à moral ou ao uso indevido de dinheiro público, nem tampouco devido a qualquer outra interrupção da atividade de governo”, afirmou Dilma, durante evento do PDT que realizou reunião do diretório nacional em que foi aprovada resolução contra o impeachment e pela saída do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara dos Deputados.
“Eu tenho dito que eu não tenho na minha vida, ao longo do tempo que passei no PDT ou no PT, eu não tenho nenhuma acusação de uso indevido do dinheiro público. Não tenho dinheiro no exterior. Tenho uma vida absolutamente ilibada e honro meus companheiros porque sei que meus companheiros sempre combateram o mau uso do dinheiro público, a corrupção e, mais do que nunca, fomos sempre nós do lado do povo que defendemos a democracia”, disse sob aplausos da militância pedetista.
A presidenta lembrou o fundador o PDT, Leonel Brizola, a quem chamou de herói brasileiro e disse que precisa de sugestões para fazer com que o Brasil vá pra frente. E destacou: “Na democracia, é absolutamente normal que a oposição critique, que qualquer um critique, se manifeste, divirja do que está acontecendo. Isso é normal, mas nós não podemos aceitar que as questões essenciais para o país não sejam objeto de ação conjunta para voltarmos a gerar emprego e renda. Faremos nossa parte”.
O evento contou com a participação das principais lideranças da sigla, inclusive o presidente nacional Carlos Lupi e o ex-ministro Ciro Gomes, que foi anunciado nesta sexta como pré-candidato do partido à Presidência em 2018.
“O Ciro Gomes é uma pessoa que considero de forma especial. Às vezes ele briga comigo, mas ele pode fazer o que quiser, eu não brigo com ele. A gente não briga com uma pessoa que demonstrou, ao longo do meu convívio com ele, uma imensa lealdade, capacidade de luta e dignidade”, disse Dilma, durante o discurso.
Sobre a economia, Dilma afirmou que ficou “estarrecida” com trecho do relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) e criticou as previsões pessimistas lançadas pelo órgão. “Eu fiquei recentemente estarrecida com uma frase que li no relatório do FMI. Nós sabemos que o FMI fala muita coisa. No último relatório dele, avaliando a economia internacional, ele diz que três fatores são muito relevantes no atual cenário e explica as dificuldades que o mundo enfrenta: a diminuição do crescimento da China, instabilidade no Oriente Médio, e o terceiro era a continuidade da situação crítica no Brasil”, afirmou a presidenta.
“Ao que ele [FMI] atribuía a situação crítica do Brasil? Não era da economia, eram duas coisas. Instabilidade política e o fato de as investigações quanto à Petrobras terem prazo de duração maior e mais profundo do que eles esperavam, e que isso seriam os dois principais fatores responsáveis pelo fato de eles terem de rever posição do FMI em relação ao crescimento da economia no Brasil”, disse Dilma, enfatizando que o país vai alcançar a estabilidade política e terá tranquilidade para retomar o crescimento econômico.
E rebateu: “Tem gente que acaba com programa social porque tem de acabar… Nós assegurarmos, reformamos para melhorá-los e preservá-los. Vamos voltar a investir no Brasil e vai voltar a crescer. Temos fundamentos sólidos mesmo diante de uma crise… Nós não vamos parar com a inclusão social e não vamos parar de dizer que a educação é uma questão central”.
Portal Vermelho
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