O líder palestino Yasser Arafat morreu envenenado com polônio radioativo em 2004, disse a viúva dele nesta quarta-feira, após receber os resultados dos exames realizados no corpo de seu marido na Suíça.
“Estamos revelando um verdadeiro crime, um assassinato político”, disse Suha Arafat à Reuters em Paris.
Uma equipe de especialistas, inclusive do Instituto de Física de Radiação do Hospital da Universidade de Lausanne, abriu o túmulo de Arafat em Ramallah, na Cisjordânia, em novembro passado, e recolheu amostras de seu corpo para buscar evidências do suposto envenenamento.
“Isso confirmou todas as nossas dúvidas”, disse Suha, que se reuniu com membros da equipe forense suíça em Genebra na terça-feira.
“Está cientificamente provado que ele não morreu de morte natural, e nós temos a prova científica de que este homem foi assassinado.”
Ela não acusou qualquer país ou pessoa, e reconheceu que o líder histórico da Organização para a Libertação da Palestina tinha muitos inimigos.
Arafat assinou os acordos interinos de paz com Israel em Oslo em 1993 e liderou uma revolta posterior, após o fracasso das negociações, em 2000, sobre um acordo definitivo.
Arafat tinha inimigos entre seu próprio povo, mas muitos palestinos acusam Israel, que cercou o líder palestino em seu quartel-general em Ramallah pelos dois últimos anos e meio de sua vida.
O governo israelense nega qualquer participação na morte, observando que ele tinha 75 anos e não tinha um estilo de vida saudável.
Uma investigação feita pela emissora sediada no Catar Al Jazeera revelou no ano passado que traços de polônio-210 foram encontrados em objetos pessoais de Arafat dados a sua viúva pelo hospital militar francês onde ele morreu.
A denúncia levou os promotores franceses a abrir uma investigação por suspeita de assassinato em agosto de 2012, a pedido de Suha Arafat.
Legistas da Suíça, Rússia e França recolheram amostras do cadáver de Arafat para realizar testes, depois de receberem autorização da Autoridade Palestina.
Brasil 247
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