Sem dúvidas o assunto mais comentado em nossa cidade no momento é o processo de transição da Regional Catalão da Universidade Federal de Goiás (UFG) para Universidade Federal de Catalão (UFCat), o que, por consequência, cria uma instituição de ensino autônoma.
Sonho de mais de 20 anos dos professores, universitários, funcionários e pessoas ligadas direta ou indiretamente à unidade, sua independência tem sido muito festejada, mas o que verdadeiramente isso pode representar? Será mesmo vantajosa essa mudança? O ensino terá condições de ser melhorado? A nova universidade terá o respaldo necessário para crescer?…
Realmente as perguntas são muitas e Thiago Jabur, diretor da instituição, disse só ver ganhos para a comunidade acadêmica e a sociedade de modo geral. Segundo ele, além de toda a importância de se ter um universidade própria, é saber que ela poderá contribuir significativamente para o crescimento de toda a região.
“O começo de tudo é que, com a autonomia, já UFCat, ela terá o seu reitor, ou seja, não precisará mais da UFG de Goiânia para tomar todas as decisões. Outra coisa é o dinheiro destinado a ela que passará a ser gerido e aplicado aqui, com própria contabilidade e controle das finanças, eximindo-a das burocracias de se esperar pela reitoria em tudo, coisa que sempre deixou tudo mais moroso. Deve ser dito também que teremos no Campus mesmo a Advocacia Geral da União (AGU), órgão do governo responsável pela atuação na área fiscal, que irá garantir o monitoramento e liberação para investimentos”, explicou Jabur. A mesma realidade serve para o Campus Jataí da UFG, que também está prestes a se tornar independente.
O orçamento anual destinado pelo governo federal à UFG de Catalão é de cerca de R$ 16 milhões, e esse é outro quesito que, segundo Jabur, pode melhorar consideravelmente. “É porque o governo entende que uma nova universidade, com a realidade do país hoje, se precisa de mais investimentos e melhor orçamento, portanto, creio que a receita será muito maior”. Ele não soube precisar quanto.
A UFCat terá ainda liberdade para tratar diretamente com o Ministério da Educação todos os assuntos de sua pertinência e interesse, podendo ter respostas mais rápidas e melhores resultados em suas ações. Jabur falou ainda que 80 vagas para servidor técnico-administrativo devem ser criadas com a mudança.
Com relação ao curso de medicina, outro sonho também conquistado, “muito investimento já está sendo empregado como a construção do novo prédio que será voltado a parte de anatomia, orçado em mais de R$ 3 milhões, e a criação de 20 vagas para professores e concurso para o seu preenchimento. Com a independência da universidade teremos ainda mais condições de ter o curso de medicina aqui, algo já conquistado em Jataí, mas no momento acho bem difícil que o governo cumpra a previsão de as aulas serem iniciadas no fim de 2016 em Catalão. Isso está mantido, mas minha visão é essa”, observou Jabur.
Já sobre o cancelamento da visita da presidente Dilma Rousseff (PT) a Catação e a Jataí, marcado para dia 19 de novembro, data em que seria oficializada a criação das duas universidades federais, e a sinalização frustrada de que poderia vir às cidades no dia 26 do mesmo mês; Jabur explicou não ser primordial que a petista precise estar nos municípios para a assinatura dos documentos, podendo os mesmos serem enviados a ela para que sejam firmados. Ele disse ainda que mais uma vez foi cogitada nova previsão para a vinda de Dilma, mas sem qualquer definição por enquanto.
Após o aval de Dilma, toda a documentação seguirá para ser analisada por quatro comissões da Câmara e uma do Senado, e, em sendo aprovado, a UFG de Catalão se transformará em UFCat e terá total independência no prazo de dois anos.
Por: Gustavo Vieira/Foto: reprodução
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