O prefeito Jardel Sabba (PSDB) enviou para votação na Câmara de Vereadores o projeto de lei (nº 118/15) que autoriza a desafetação e alienação 108 terrenos de propriedade do Município. Lembrando que o Legislativo, no final de fevereiro do corrente ano, aprovou texto semelhante, também de autoria de Jardel, permitindo a venda de 56 lotes por meio de leilões.
Na época Jardel contou que o poder público esperava arrecadar no mínimo R$ 5 milhões com a comercialização dos espaços de dois loteamentos, e que o dinheiro deveria ser usado para construir moradias para os mais carentes. A realidade é que a prefeitura deve arrecadar R$ 4 milhões porque, além de ter baixado consideravelmente o valor de cada lote, parcelou em 10 vezes iguais e anunciou que deve destinar o dinheiro ao programa Cheque Moradia.
Os vereadores de oposição é que não gostaram nada da proposta. Ao reclamar que o governo municipal não tem zelo com o dinheiro e o patrimônio público, o vereador Daniel do Floresta (PMDB) perdeu as estribeiras e gritou o máximo que podia com o presidente Juarez Rodovalho (DEM) em relação ao PL. “O Ministério Público tem que intervir nisso aqui, o prefeito está acabando com tudo. Eles querem fazer com isso caixa para a campanha eleitoral, se não for isso eu rasgo meu diploma”, contou
Por sua vez, Juarez respondeu que a intenção do governo municipal é tão somente ajudar a população mais carente. “É isso que estamos fazendo. Com a arrecadação dos R$ 4 milhões o prefeito vai fazer mil Cheques Reforma no valor de R$ 4 mil cada um. Esperamos arrecadar R$ 8 milhões com o leilão de mais essa remessa de lotes e o dinheiro será voltado todo para os interesses do povo. O Ministério Público acompanha tudo e não tem razão os vereadores de oposição alegarem que estamos pegando ou fazendo isso ou aquilo com esses recursos.”
O democrata também se desentendeu com o líder da bancada oposicionista, Jurandir Antônio (PMDB), e até mesmo com a “parceira” de grupo, Regina Félix (PSDB). “O Jurandir quer falar toda hora… ele acha que é Deus” e “não sei nem de que lado essa essa vereadora está”, foram observações do presidente em relação aos dois.
Entre vendas e doações de lotes, tendo a prefeitura um programa de doação de terrenos, o Lote Legal, a reportagem perguntou a Juarez se isso pode onerar significativamente os cofres do município, e ele, mostrando segurança e dizendo acreditar na boa-fé do prefeito, respondeu que não. “Não há melhor forma de ajudar o povo com dinheiro que é do povo”, concluiu.
O projeto será votado na próxima sessão e, ao que tudo indica, como aconteceu com o anterior, pode ser facilmente aprovado.
Por: Gustavo Vieira
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